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Detentas capixabas vivem amores como de Suzane Richthofen em presídio de Cachoeiro

Na unidade, no entanto, não há registros de uniões oficiais, como aconteceu com Suzane Richthofen. Mas, no presídio capixaba também há regras de boa convivência para evitar conflitos

O caso de amor entre as detentas foi mostrado no canal internacional National Geographic em 2011. Foto: Divulgação/National Geographic

A ex-estudante Suzane Von Richthofen, condenada a 39 anos e seis meses de prisão pelo assassinato dos pais em 2002, virou um dos assuntos mais comentados das redes sociais após oficializar sua união dentro do presídio de Tremenbé com a Sandra Regina Gomes, condenada a 27 anos de prisão pelo sequestro. Sandra mantinha relacionamento também com Elize Matsunaga, presa por assassinar e esquartejar o marido Marcos Kitano Matsunaga. 

Situações como essas são comuns também no complexo penitenciário do Espírito Santo. Embora a Secretaria de Justiça do Estado (Sejus) não divulgue um número exato da quantidade de casos, relacionamentos entre as presas acontecem com frequência no Centro Prisional Feminino de Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo. 

Na unidade, no entanto, não há registros de uniões oficiais, como aconteceu com Suzane. Mas, no presídio capixaba também há regras de boa convivência para evitar conflitos. Caso haja bom comportamento, por exemplo, elas podem escolher ficar na cela com a companheira. 

De acordo com o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Espírito Santo, Antônio Carlos Vilela, na unidade de Cachoeiro há muitos relatos de brigas entre as internas por conta de romances mal resolvidos. 

“Em um lugar com muitas mulheres é comum acontecer relacionamento amorosos entre as detentas nas galerias. Às vezes, por ciúmes, acabam acontecendo brigas entre elas. Nessa hora os agentes precisam intervir para acabar com o conflito", disse. 

Vilela explicou que os casais, na maioria das situações, são formados até por uma espécie de segurança. “Uma menina que não tem muito contato com o crime acaba se aproximando de outra, com mais experiência, para se proteger de ataques de outras detentas. Elas não estão acostumadas com esse meio e é uma forma delas se resguardarem. Não é por vontade, mas por necessidade mesmo”, explicou. 

Ainda de acordo com o presidente da entidade, as brigas entre as companheiras são motivadas frequentemente por ciúme. Ele contou que quando chegam presas novas sempre há confusão quando há o interesse de uma delas pela novata. “Nessas horas dá muita briga mesmo”. 

Atualmente, no presídio feminino há uma cela para cada quatro detentas. E é nesse espaço que normalmente surgem os relacionamentos, segundo Vilela. Essas histórias são tão comuns na unidade de Cachoeiro que até já foram alvo de reportagem internacional. 

Uma equipe do canal americano National Geographic esteve no presídio em 2010 e mostrou a história de amor iniciada na unidade entre duas detentas. A reportagem foi exibida em 2011 pelo programa Tabu e teve com o tema “Amor de Prisão”.  Para ter acesso à matéria clique aqui. 

Procurada para comentar o assunto, a assessoria de imprensa da Secretaria de Justiça não se pronunciou até o fechamento desta reportagem.  

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