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Justiça decreta ilegalidade da greve e rodoviários encerram paralisação na Grande Vitória

Depois de dois dias de paralisação, os motoristas e cobradores da Grande Vitória decidiram colocar fim à greve iniciada na última segunda-feira.

A partir desta quinta-feira, os ônibus voltam a circular normalmente. Foto: Divulgação

Em audiência realizada nesta quarta-feira, (11) entre o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Espírito Santo (Sindirodoviários) e Sindicato das Empresas de Transporte Metropolitano de Grande Vitória (GVBus), no Tribunal Regional do Trabalho (TRT-ES) ficou decidido a suspensão da greve.

A greve foi considerada ilegal e abusiva pelo desembargador Jailson Pereira da Silva. A partir da 00h desta quarta-feira (11), toda a frota volta às ruas com horários normalizados.

Os rodoviários reivindicavam a troca de plano de saúde, o que foi negado pelo TRT-ES, uma vez que o atual plano havia sido acordado em Dissídio Coletivo da categoria, ocorrido em novembro de 2014. O julgamento também autorizou o corte de ponto dos rodoviários, pela paralisação que ocorreu na segunda-feira, (09).

De acordo com o advogado do Sindirodoviários, Aídes Bertoldo, o sindicato terá de pagar uma multa de R$30 mil, mas que irão recorrer. 

"Nenhuma reivindicação foi atendida, e teremos de pagar a multa pelo dia 09, na segunda-feira. Mas vamos recorrer dessa multa", disse o advogado.

O presidente do Sindirodoviários, Carlos Louzada, lamentou a decisão da Justiça, que não favoreceu às reivindicações dos trabalhadores. "Perdemos, mas vamos entrar com recurso. A guerra ainda não acabou", declarou.

 

Entenda a greve dos rodoviários:

A paralisação dos motoristas e cobradores começou na última segunda-feira (09), com 100% dos ônibus parados. Diferente desta terça-feira (10), no primeiro dia de greve, os terminais amanheceram vazios e os pontos lotados. 

Na tarde da última segunda-feira (09), sem acordo, os motoristas decidiram manter a greve. Eles se reuniram no Tribunal Regional do Trabalho do Espírito Santo (TRT-ES) com os empresários do setor. 

A greve é motivada pelo problema do pagamento do plano de saúde da categoria. Segundo o presidente do Sindicato Carlos Louzada, os rodoviários querem que os patrões paguem o plano integralmente. "Tem gente morrendo e eles não pagam o plano de saúde todo, os motoristas não conseguem pagar o plano, é muito caro”, reclama o presidente Carlos Louzada.

Ilegalidade

O Sindicato das Empresas de Transporte Metropolitano da Grande Vitória (GVBus) entrou com medidas judiciais pedindo que a greve dos rodoviários seja declarada como ilegal e ainda solicitou o aumento do  valor da multa de R$ 30 mil/dia para R$ 500 mil/dia e estendendo a responsabilidade pelo pagamento aos diretores do Sindirodoviários. 

Prejuízos

A greve dos rodoviários, que teve início na madrugada desta segunda-feira (9), refletiu no comércio capixaba. De acordo com estimativas da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo (Fecomércio-ES), os estabelecimentos deixam de vender, por dia, R$ 2,5 milhões por conta da paralisação. 

Lucro na rua 

Se por um lado o comércio sofreu prejuízos, os taxistas comemoraram a paralisação dos rodoviários. É que segundo o presidente do Sindicato Profissional dos Motoristas de Táxi do Estado do Espírito Santo (Sindtavi-ES), João Vailati Fidencio, houve um aumento de 40% no número das corridas. 

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