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GVBus nega que motorista que atropelou jovem ao cair do Transcol estava em alta velocidade

Segundo o sindicato, o tacógrafo, aparelho que mede a velocidade do veículo, já foi analisado e constatou que o ônibus estava dentro da velocidade permitida para o local

Dayane Barbosa foi arremessada para fora do ônibus do Transcol e morreu na hora Foto: Reprodução Facebook

O motorista do ônibus do Sistema Transcol onde estava a vendedora Dayane Barbosa da Silva, de 22 anos, que morreu após cair do coletivo, em Vila Velha, não estava em alta velocidade. A informação é do Sindicato das Empresas de Transporte Metropolitano da Grande Vitória (GVBus).

Segundo o sindicato, o tacógrafo, aparelho que mede a velocidade do veículo, já foi analisado e constatou que o ônibus estava dentro da velocidade permitida para o local. 

Dayane caiu no momento em que o veículo fazia uma curva, logo após sair do Terminal de Vila Velha, no bairro Divino Espírito Santo. Ela bateu com a cabeça na porta do ônibus, que se abriu com o impacto. A jovem foi arremessada para fora do coletivo e teria sido atropelada pelo próprio veículo. Ela morreu na hora.

A Polícia Civil informou que a Delegacia de Delitos de Trânsito abriu inquérito para apurar o caso. Segundo o delegado Alberto Peres, que será o responsável pela investigação, as imagens já foram solicitadas e algumas testemunhas estão agendadas para serem ouvidas esta semana. O laudo da perícia tem até 30 dias para ser concluído.

Ainda segundo a polícia, a causa da morte só poderá ser informada após a conclusão do laudo cadavérico, que deve ficar pronto em até dez dias. O delegado destacou que, caso fique comprovado que o motorista agiu com imprudência, ele poderá ser autuado por homicídio culposo qualificado. 

O motorista foi ouvido e liberado pelo plantão da 2º Delegacia Regional de Vila Velha, para onde o caso foi encaminhado inicialmente. Segundo a Polícia Civil, caso seja necessário ele será ouvido novamente pela Delegacia de Delitos de Trânsito.

Dayane voltava para casa, na Glória, em Vila Velha, na noite de terça-feira, em um coletivo que fazia a linha 507 (Terminal Laranjeiras - Terminal do Ibes). Ela havia saído de um shopping em Boa Vista, onde trabalhava em uma loja de departamentos. Segundo testemunhas, a jovem estava sentada na cadeira ao lado do espaço reservado para cadeirantes.

Perfil

Dayane trabalhava para juntar dinheiro e começar a faculdade de medicina, que era seu sonho  Foto: Reprodução Facebook

Dayane era mineira de Carlos Chagas e morava em Vila Velha há cerca de três meses. O pai dela, Gilvan Ferreira da Silva, esteve em Vitória, nesta quarta-feira, onde liberou o corpo da jovem no Departamento Médico Legal (DML). O corpo da vendedora foi levado para Minas Gerais, onde será velado e sepultado.

Gilvan conta que ficou sabendo da notícia por volta da meia-noite, quando ele e a esposa já tinham orado e iam dormir. A notícia foi dada por um vizinho.

Segundo Gilvan, a filha sonhava entrar na faculdade de Medicina e, para juntar dinheiro, trabalhava como vendedora. "Na nossa região é tudo mais difícil, mais caro. E o sonho dela era esse. Batalhava 24 horas por ele, ficava a noite inteira estudando. A gente não queria que ela viesse, que ela saísse de perto da gente", lembra.

Dayane também sonhava em ser cantora e postou alguns vídeos na internet mostrando sua performance. Pelas fotos do perfil em uma rede social, ela mostrava ser uma jovem alegre, descontraída e sempre ligada na religião. Evangélica, também gostava da música gospel.

A notícia da morte da jovem de maneira inesperada chocou parentes e amigos da pequena cidade do interior. Em Carlos Chagas uma amiga de Dayane gravou um depoimento sobre ela. "Era uma menina muito risonha, muito especial. Uma pessoa que fazia seu show, cantava demais. Muito bonita, muito linda", disse no vídeo.

O clima também foi de muita comoção entre os funcionários da loja onde a jovem trabalhava, que souberam da notícia assim que chegaram para o trabalho. Para todos que conheciam Dayane, restou agora apenas saudade.

"Até agora não acreditei. A gente sempre brinca muito em família, em casa, no fim de semana. Parece que ela ainda está com o mesmo semblante, sorrindo, brincando e conversando com a gente", disse o pai da jovem.

Empresa se manifesta

Por meio de nota, a Unimar Transportes, empresa do Consórcio Sudoeste, que opera a linha 507, lamentou profundamente o ocorrido e informou que está tomando todas as medidas cabíveis. A Unimar disse ainda que, no momento do acidente, a vítima caiu sobre a porta que, com o impacto, quebrou o parafuso que regula a movimentação de abertura e fechamento e cedeu.

Em relação às condições do ônibus, a empresa informa que todos os coletivos do Sistema Transcol passam por manutenção preventiva periódica e corretiva imediata, quando necessário, e também vistoria feita pela CETURB GV, de caráter mensal. Além disso, segundo a nota, cada ônibus articulado possui uma vida útil de até 12 anos, sendo que o coletivo do acidente é um modelo de 2008, que poderia ser utilizado até 2020, com cadastro atualizado pela CETURB – GV. A empresa se colocou à disposição para quaisquer esclarecimentos e também assistência devida à família.

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