Polícia

Caso Rodrigo: Testemunhas de acusação e defesa prestam depoimentos no Fórum de Vila Velha

O júri popular, que acontece no Fórum da Prainha, começou com 40 minutos de atraso; Os réus, Gabriela Bernardino e Maurício Joviano Sonegheti, devem ser ouvidos à tarde

O júri popular acontece no Fórum da Prainha Foto: TV Vitória

Começou às 10h40 desta quinta-feira (03), o julgamento da estudante e do contador envolvidos no acidente que matou o universitário Rodrigo Lopes, de 20 anos, em agosto de 2008, em um posto de combustíveis de Itaparica, em Vila Velha. 

O júri popular, que acontece no Fórum da Prainha, começou com 40 minutos de atraso. Na parte da manhã, o Ministério Público prestou depoimento e as testemunhas de defesa e de acusação começaram a ser ouvidas. Os réus, Gabriela Bernardino dos Santos e Maurício Joviano Sonegheti, devem ser ouvidos na tarde desta quinta-feira (03).

Família quer condenação

A mãe de Rodrigo, Maria Cristina Lopes, não conseguiu comparecer ao fórum na manhã desta quinta-feira (03). Segundo a família, ela não tinha condições emocionais de acompanhar o julgamento. Desde o acidente, a mãe do universitário faz tratamento psicológico e toma medicamentos para dormir.

Para o pai de Rodrigo, Guilherme Melgaço, a estudante Gabriela Bernardino dos Santos e o contador Maurício Joviano Sonegueti precisam ser condenados. “A gente espera, sinceramente, que a gente tenha uma resposta do júri, uma resposta dessa sentença no sentido de punir os culpados. Esperamos que hoje seja um dia para acabar com todo esse tempo de espera, que foram seis anos. Esperamos também que seja decidido pela condenação deles. Nós da família já fomos condenados, o Rodrigo foi condenado à pena de morte, ele morreu por conta desse delito. A gente espera, encarecidamente, que esse corpo de jurados tenha a sensibilidade de representar, não só a nossa família, como toda a sociedade”, afirma.

Para a irmã de Rodrigo, Mariana Lopes, as manifestações realizadas após o acidente fizeram com que o caso não fosse esquecido. “A gente sabe que, se o caso cair no esquecimento, ele pode virar uma estatística. Não nos calamos e não vamos nos calar em momento algum. Fizemos vários protestos, várias manifestações, caminhadas, com esse objetivo, de mostrar à sociedade que o Rodrigo não foi só uma vítima, ele era um membro da nossa família, foi especial para nós, ele era um cidadão”, conta.

Entenda o caso

Segundo a polícia, a estudante de gastronomia Gabriela Bernardino dos Santos atropelou, no dia 30 de agosto de 2008, o universitário, que estava com um amigo encostado em um carro, em frente à loja de conveniência de um posto de combustíveis em Itaparica, Vila Velha.

A estudante de gastronomia não tinha CNH no dia do acidente Foto: TV Vitória

Segundo testemunhas, Gabriela estaria bebendo cerveja com amigos no local, não sabia dirigir, mas mesmo assim teria entrado em um carro e realizado uma manobra brusca, conhecida como “cavalo de pau”. Rodrigo Lopes foi atropelado e morreu na hora. O dono do carro, o contador Maurício Joviano Sonegueti, também será levado a julgamento. 

Júri é vitória da sociedade, diz delegado

“Uma vitória da sociedade”. É assim que o delegado Fabiano Contarato, titular da Delegacia de Delitos de Trânsito, analisou a decisão do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) de levar a júri popular a estudante Gabriela Bernardino dos Santos.

Em primeira instância, a acusada tinha sido pronunciada por homicídio por dolo eventual, quando se assume o risco de produzir o resultado ao dirigir veículo após ingerir bebida alcoólica, mas a defesa havia recorrido. Com a decisão do TJES, a tese do delegado Fabiano Contarato foi mantida. “Todos nós estamos sujeitos a um acidente de trânsito. Agora, um motorista sem habilitação, que faz uma manobra perigosa e que atropela e mata alguém, não é acidente de trânsito. Por isso, ele deve ir a júri popular”, defendeu o delegado.

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