Homem fez ameaças meses antes de estrangular mulher e procurar a TV Vitória
Dilma chegou a ser alertada por policiais militares de que o marido iria matá-la. Ainda assim, a dona de casa resolveu não representar contra o acusado
O vendedor Rodson Souza Fais, de 43 anos, teria ameaçado a mulher, Dilma Cerqueira Santos, de 31 anos, no dia 7 de maio deste ano. É o que consta em um boletim entregue por policiais militares ao Plantão Especializado da Mulher, em Vitória. De acordo com a ocorrência, Rodson chutou a porta para tentar entrar na casa, em Vila Prudêncio, Cariacica. Dilma teve que correr para que não fosse agredida por ele.
Policiais militares foram chamados e precisaram do uso de força para deter o vendedor, que estava extremamente nervoso e agressivo, segundo o relato policial. A caminho da delegacia, Rodson chegou a danificar o cofre da viatura. Depois de encontrar crack no bolso do vendedor, a polícia constatou que ele tinha mais de dez passagens pela Justiça por homicídio, ameaça, estelionato, dirigir embriagado e Lei Maria da Penha.
Na época, Dilma chegou a ser alertada por policiais militares de que o marido iria matá-la. Ainda assim, na esperança de que o vendedor pudesse melhorar, a dona de casa resolveu não representar contra ele, tanto que Rodson foi liderado. Mas ao sair da delegacia, ele prometeu que mataria a mulher.
“Ela estava deitada de barriga para cima, com os braços abertos e morta”, relatou o investigador
Uma promessa que ele cumpriu na madrugada de quarta-feira (8). Rodson estrangulou a mulher, saiu da casa para onde havia se mudado na terça-feira (7), em Marcílio de Noronha, Viana, e caminhou por 12 quilômetros até o Centro de Vitória, onde procurou a equipe de reportagem da TV Vitória para confessar o que havia feito.
“Nós jantamos normalmente, fomos dormir e os traficantes começaram a enviar as mensagens. Ela não teve tempo de gritar. Eu peguei o lençol, asfixiei e deixei lá”, contou o homem.
Policiais militares foram chamados e levaram Rodson para a Delegacia Regional de Vitória. Depois, o suspeito foi transferido para a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), também na Capital. Alguns investigadores o levaram até a casa, onde eles constataram o crime. “Ela estava deitada de barriga para cima, com os braços abertos e morta”, relatou o investigador Gerci Ferreira.
De acordo com a polícia, o que mais pesou para a manutenção da prisão do Rodson foram as passagens dele por Lei Maria da Penha. “Havia um histórico de violência doméstica dele para com a esposa, que veio a ser vítima fatal de homicídio e isso está servindo de requisito para que nós possamos representar pela decretação da prisão dele”, explicou o delegado Adroaldo Lopes.
Além das três filhas com Dilma, Rodson tem outra filha. Ela quem está cuidando das irmãs, uma de um ano e meio e duas gêmeas, de três anos. “Ele me contou e eu não acreditei. Foi um policial que conversou comigo e disse que era verdade. Ele falou que matou a Dilma e eu perguntei por que e ele disse ‘antes ela do que vocês e as crianças’. Ela ia pegar as crianças a força, as gêmeas e a outra, mas a Justiça deu a guarda para mim, porque eles não tinham condições de cuidar delas”, contou a jovem.
A tragédia encerrou um relacionamento, de oito anos, marcado por constantes desentendimentos. Rodson teria ficado ainda mais revoltado com a mulher quando, ao sair da cadeia, no dia 30, soube por vizinhos que ela estaria se prostituindo. A dona de casa faria programas com traficantes em troca de drogas. A mudança de endereço teria sido a última cartada do Rodson para tentar retomar a confiança da mulher.
