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Polícia vê contradição em relatos de grávida baleada por agente penitenciário

Em um novo depoimento ela disse que um motoqueiro perseguiu o carro no qual ela estava com o agente. Um dentista também relatou que foi agredido no show

Um dentista também denunciou o agente Foto: TV Vitória

Os policiais da Delegacia de Homicídios e Proteção a Mulher (DHPM) estiveram novamente no Hospital Jayme Santos Neves, na Serra, e conversaram com Emanoela Zandomenegue Moreira, de 23 anos. Ela, que estava grávida de seis meses, foi baleada pelo agente penitenciário Rafael Zardo Neto, de 34 anos, no último domingo (8). 

No dia do crime, a jovem havia dito que uma discussão teve início dentro do carro por ciúmes. No entanto, na última quarta-feira (11) os policiais voltaram ao hospital e a jovem contou outra versão, uma outra história colocando um motoqueiro que perseguiu o carro no qual ela e o namorado estavam. 

“Teria tido uma confusão antes do show, na chegada deles ao local, quando eles ainda estavam no veículo. O Rafael ainda teria pedido desculpas a esse motoqueiro. Depois eles assistiram ao show normalmente. Quando estavam com o carro em movimento, segundo ela, esse motoqueiro apareceu sozinho e teria batido com a mão no vidro, gritando para ele parar o carro. Ela pediu para ele não parar. Ele pegou a pistola e atirou na direção da janela, mas acabou atingindo a mulher”, contou o delegado Janderson Lube.

No mesmo dia um dentista, de 28 anos, compareceu à delegacia para relatar que teria sido agredido por um homem, com características semelhantes às de Rafael, durante o mesmo show em Guarapari. “Ele chegou até nós depois de ver a matéria no jornal. Ele informou que estava na área vip durante o show e, em um momento, acabou discutindo com uma mulher. Depois de continuar o seu caminho, logo foi surpreendido por trás, pela nuca, por uma pessoa mais alta que o segurou e deu um soco. Nisso ele viu uma pessoa com um relógio e tatuagem e informou que se parecem muito com a do Rafael”, disse o delegado.

O inquérito ainda não foi concluído, mas Rafael, que já foi afastado do cargo, pode ser indiciado por tentativa de homicídio, dirigir embriagado, porte de drogas e ainda por aborto. As penas somadas ultrapassam os 40 anos de prisão.

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