Política

Briga por vaga na CPI do Pó Preto causa bate-boca na Assembleia Legislativa

O deputado Gilsinho, que tentava instalar a CPI desde 2013, explicou que à época tinha 13 assinaturas, mas que alguns membros teriam sido pressionados a retirar as assinaturas

A emissão de partículas poluentes deve ser investigada pela CPI do Pó Preto Foto: ​Divulgação

A composição da Comissão Parlamentar de Inquérito da Assembleia Legislativa que investigará os malefícios dos poluentes lançados na atmosfera por grandes empresas gerou bate-boca entre parlamentares na sessão desta segunda-feira (23). O deputado Rafael Favatto (PEN) preside a CPI e o relator é o deputado Dary Pagung (PRP).

O deputado Enivaldo dos Anjos (PSD) exigiu uma explicação do deputado Rodrigo Coelho (PT), líder do chamado blocão, instalado na Casa de Leis para comandar a eleição da Mesa Diretora e para negociar a formação das comissões temáticas, sobre a formação da CPI do Pó Preto.

“Quando o blocão foi instalado na Casa, tinha como objetivo negociar a formação das comissões temáticas. Mas o deputado Rodrigo Coelho passou a negociar a formação da CPI do Pó Preto. Com aval de quem?”, questionou Enivaldo dos Anjos.

No momento oportuno durante a sessão, o deputado Rodrigo Coelho (PT) fez a defesa de sua atuação como líder do blocão.

“Negociamos todas as comissões da Assembleia com a maioria dos deputados. Tive o zelo de observar o que dizia o Regimento Interno da Casa que determina. O partido do deputado Bruno Lamas, o PSB, estava no bloco e até a data do prazo regimental o PSB não tinha se retirado ainda”, explicou  o petista.

O deputado Gilsinho Lopes (PR), que vinha tentando instalar a CPI do Pó Preto na Ales, desde 2013, explicou que à época tinha 13 assinaturas, mas que naquela época alguns membros teriam sido pressionados a retirar as assinaturas. O parlamentar provocou mais polêmica quando questionou a imparcialidade de membro da comissão que teve campanha financiada por empresa poluidora.

“Como o investigador vai investigar quem financiou sua campanha. Fica aqui minha palavra de protesto. Em 2013, conseguimos 13 assinaturas. Mas membros do governo do Estado e das empresas pressionaram e deputados retiraram assinaturas por terem recebido doações de campanha”, relembrou Gilsinho.

Ao ouvir a denúncia de Gilsinho, o deputado Erick Musso (PP) se lançou na defesa de sua postura na CPI do Pó Preto. “Essa história de que a CPI vai nascer morta, como disse o deputado Enivaldo, não vai acontecer. A CPI tem que ser neutra. É com lisura e transparência que vou agir”, assinalou Musso.

Da mesma forma, o deputado Gildevan Fernandes (PV) fez a defesa de sua participação na comissão. “Existe um avanço na democracia. Não assinei contrato de subserviência do meu mandato. Quem apostar no fracasso da CPI vai fracassar”, apontou o deputado, que não falou como líder do governo, mas como defensor de seu próprio mandato.

O deputado Bruno Lamas (PSB) também fez a defesa de sua participação na CPI. “Farei as investigações de forma transparente, de forma ética. O fato de ter recebido recursos não me impede de realizar um trabalho com lisura”, disse Lamas.

O deputado Rafael Favatto (PEN), que preside a Comissão de Proteção ao Meio Ambiente, defendeu a postura de aguardar o início das investigações.

“Não vamos fazer pré-julgamento antes de começar os trabalhos da CPI. Essa é uma batalha contra grandes instituições, mas acima de tudo estamos aqui em defesa das famílias. Queremos dar um basta a esta poluição que há 40 anos prejudica a saúde de nossas famílias”, disse Favatto.

MEMBROS

Na sessão desta segunda-feira foi lido a lista dos nomes dos integrantes efetivos e suplentes da CPI do Pó Preto. São eles. Bruno Lamas (PSB), Dary Pagung (PRP), Erick Musso (PP), Gildevan Fernandes (PV) e Rafael Favatto, que são membros efetivos da Comissão de Meio Ambiente da Casa. O deputado Marcelo Santos renunciou a vaga de suplente. 

A CPI terá prazo de 90 dias para apurar denúncias sobre os danos causados à saúde da população e ao patrimônio público e privado devido à emissão do pó preto. 

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