Política

Projeto Escola Viva provoca bate-boca entre deputados na Ales

“É preciso que haja muito mais que verbo. Precisamos de documentos assinados com o compromisso do governo de implantar e desenvolver políticas públicas”, assinalou o tucano Sérgio Majeski

Tucano questiona implantação de projeto Escola Viva e cita outras experiências pelo país Foto: Divulgação/Assembleia

Ao retirar a urgência do projeto de lei que institui a “Escola Viva”, o governo esperava mais debates em torno do tema. E nesta segunda-feira (27), durante a sessão, o deputado Sérgio Majeski (PSDB) e o líder do governo, deputado Gildevan Fernandes (PV), protagonizaram um bate-boca no plenário.

O tucano Sérgio Majeski explicou que participou, no último sábado (25), de uma audiência pública, promovida pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Espírito Santo (Sindiupes).

“Recebemos aqui o professor Heleno Araújo, de Pernambuco, que também é membro da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, que contou sua experiência no seu estado. O educador relatou que no seu estado 300 escolas adotaram um programa semelhante ao Escola Viva. Atualmente 175 estão funcionando em meio período e 125 em tempo integral. Dessas 125 escolas, poucas têm estrutura”, apontou Majeski.

O parlamentar destacou que o projeto “Escola Viva” necessita, acima de tudo, de compromisso, por parte do governo do Estado, com a implantação de políticas públicas de educação.

“É preciso que haja muito mais que verbo. Precisamos de documentos assinados com o compromisso do governo de implantar e desenvolver políticas públicas”, assinalou o tucano.

Em seu discurso na Assembleia, Sérgio Majeski explicou que o projeto pernambucano tenta ser implantado com eficácia desde 2004 e que até 809 escolas encontram-se fora do projeto da ‘Escola Viva’. E ainda tem o problema que as poucas vagas existentes devem ser distribuídas para os filhos de pessoas da classe média, o que não parece justo”, lamentou o deputado Sérgio Majeski.

No momento em que discursava Majeski, o líder do governo pediu a palavra e rebateu com veemência a cada colocação do tucano. “Estamos aqui para receber sugestões e aprimorar o projeto. A ‘Escola Viva’ tem propostas bem interessantes de matérias como Cidadania, Empreendedorismo e Robótica Educacional. Parece que pretendem desqualificar grandiosos projetos”, acusou o líder do governo Gildevan.

“O projeto não passa ainda de uma ‘boa ideia’. Nada além disso”, devolveu Majeski. 

O secretário de Educação, Haroldo Rocha, explicou que o projeto "Escola Viva" não é uma ideia vazia. Segundo ele, o governo foi pesquisar outras experiências país afora. 

"Não temos apenas um projeto. Temos um programa de Estado para implantar a 'Escola Viva'. Existe um modelo pedagógico, grade curricular. E queremos que saia do papel ainda em 2015. Pelos levantamentos realizados vemos que apenas 17% dos estudantes da rede pública trabalham, o que não deverá atrapalhar a grande maioria", salientou Haroldo Rocha.

Segundo o secretário, em 2004 foi implantada a primeira escola de tempo integral em Pernambuco. Atualmente, são 500 escolas em pleno funcionamento em seis estados. Vitória também tem um modelo de escola de tempo integral. 

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