Fibria pede documentos da CPI da Sonegação na Assembleia Legislativa

A Fibria requereu à Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga a sonegação de impostos os autos das reuniões da comissão. O documento com o requerimento feito pela empresa do Norte do Estado foi lido na reunião desta terça-feira (5).

Para o presidente da CPI da Sonegação, deputado Enivaldo dos Anjos (PSD), esta é uma tentativa da empresa de intimidar e bloquear os trabalhos da comissão.

A solicitação feita pelos advogados da empresa de obter cópia dos autos das reuniões da CPI foi o que desencadeou a afirmação do parlamentar que preside a comissão.

“O requerimento revela o intuito da empresa de fazer alguma ação para intimidar e bloquear os procedimentos investigatórios. Agora, eles nos deram motivos para convocá-los a depor e vou propor isso em uma de nossas próximas reuniões”, afirmou Enivaldo dos Anjos.

Durante a reunião da comissão, os parlamentares ouviram o empresário Cláudio Mucio Salazar Pinto, sócio-proprietário da empresa CMS Consultoria e Serviços, que foi alvo da Operação Derrama, realizada entre 2012 e 2013 e culminou na prisão de vários ex-prefeitos do Espírito Santo. A empresa era responsável pelo serviço de identificação e cobrança de impostos referentes à área de petróleo. O objetivo seria aumentar a arrecadação das prefeituras.

Em depoimento, Cláudio Salazar explicou que sua empresa atuava na recuperação de tributos sonegados. “O trabalho visava à recuperação de tributos sonegados e o combate à sonegação. E também prestamos consultoria tributária e fiscal para resolução de problemas da administração pública”, assinalou o empresário.

Ainda segundo o empresário, a CMS prestou consultoria às Prefeituras de Anchieta, Aracruz, Marataízes, Piúma, Itapemirim, Guarapari, Linhares e Jaguaré.

Antes de encerrar a reunião, os deputados deliberaram que vão convocar o presidente da Assembleia Legislativa, Theodorico Ferraço (DEM). Para Guerino Zanon (PMDB), que é membro da CPI, ele atuou como chefe de gabinete da Prefeitura de Itapemirim.

“Ferraço foi convocado por ter conhecimento de fatos relevantes à CPI, pois já atuou como chefe de gabinete na Prefeitura de Itapemirim, foi citado na Operação Derrama, além de ter tentando criar uma CPI na Ales em 2008 também para investigar sonegação de impostos da área petrolífera no Estado”, alegou Zanon. 

Na última reunião da comissão foi solicitada à Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) a lista dos 500 maiores devedores de impostos do Estado.

Procurada pela reportagem, a empresa Fibria disse por meio da sua assessoria de imprensa que não irá se pronunciar sobre o assunto.