Política

Assembleia vai apurar impacto no Estado de rompimento de barragens da Samarco

Nesta terça-feira, a comissão especial da Ales deverá seguir para Colatina para realizar, às 13h30, uma audiência pública com vereadores e prefeitos dos três municípios

Presidente da Ales instala comissão de representação Foto: Divulgação/Assembleia

A Assembleia Legislativa do Espírito Santo criou nesta segunda-feira (9) a Comissão de Representação que terá a função de acompanhar, analisar e buscar alternativas para atenuar os efeitos da tragédia provocada pelo rompimento de uma barragem da empresa Samarco no município de Mariana, em Minas Gerais, e que está previsto para atingir as cidades de Baixo Guandu, Colatina e Linhares, no Espírito Santo.

Nesta terça-feira, a comissão especial da Ales deverá seguir para Colatina para realizar, às 13h30, uma audiência pública com vereadores e prefeitos dos três municípios.

O deputado Da Vitória (PDT) foi eleito presidente da comissão. O vice-presidente é o deputado Dary Pagung (PRB) e a relatora é a deputada Eliana Dadalto (PTC). Ainda compõem também a comissão os seguintes deputados: Janete de Sá (PMN), Nunes (PT), Enivaldo dos Anjos (PSD), Erick Musso (PP), Guerino Zanon (PMSV), Raquel Lessa (SDD), Luzia Toledo (PMDB), Rodrigo Coelho (PT), Burno Lamas (PSB), Gildevan Fernandes (PV), Rafael Favatto (PEN) e Theodorico Ferraço (DEM).

Na sessão desta segunda-feira sobrou críticas à mineradora Samarco. Todos os parlamentares que subiram à tribuna da Casa de Leis foram unânimes em questionar a empresa. O deputados pastor Marcos Mansur (PSDB) cobrou das autoridades ambientais um posicionamento. “Será que o poder aquisitivo das empresas poderão apagar o rastro de destruição que essa tragédia deixou? Fica o questionamento”, disse o parlamentar.

Sempre questionador, o também tucano Sérgio Majeski colocou em cheque a justificativa de que houve abalo sísmico que teria provocado o rompimento da barragem em Minas Gerais. “Ouvi falar até em terremotos. Sou geógrafo, entendo pouco de sismologia, mas como geógrafo sei que os abalos que acontecem no Brasil não são suficientes para provocar uma tragédia como a de Mariana", disse. 

A preocupação demonstrada pelo deputado Da Vitória é com a população menos favorecida. “Estaremos sem água a partir de hoje. Quem tem dinheiro pode comprar água. E quem não tem? Fará como? O Rio Doce foi assassinado diante de nossos olhos. Olhe o que a Samarco fez com a cidade de Mariana e parte das cidades do ES. Isso não pode ficar sem punição”, exigiu o deputado.

O deputado Enivaldo dos Anjos defendeu a intervenção do Ministério Público Federal nas investigações do acidente ambiental provocado pelo rompimento de duas barragens da Samarco em Mariana, “o maior da região Sudeste”, e defendeu a prisão dos diretores da empresa.

“Em vez da sociedade capixaba,  em vez dos poderes públicos, quem tinha que estar à frente de amenizar as consequências dessa tragédia é a Samarco.  Não precisa de inquérito para apurar. Alguém tem dúvida de que a Samarco é a única responsável por essa tragédia?”, questionou Enivaldo.

Questionamento pertinente ao assuntou foi do deputado Rodrigo Coelho, quanto à utilização dos royalties do minério de ferro.

“Precisamos refletir o papel dos royalties para os municípios, para o país e para a nossa vida. O que foi feito até agora? Nós temos reservas para recompor, para reestabelecer a partir dos impactos ambientais causados pela tragédia. A vida no rio doce vai se recompor de maneira natural?”, questionou o parlamentar.

A mineradora Samarco foi procurada para falar sobre os desdobramentos legislativos do rompimento das barragens, mas até o fechamento da matéria não houve retorno.

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