Economia

Movimento de alta da inflação de curto prazo teve algum alastramento, diz Campos Neto

Presidente do Banco Central foi um dos convidados do 4º Encontro Folha Business

Foto: Víctor Machado

O presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, participou, neste sexta-feira (13), do 4º Encontro Folha Business, que reuniu lideranças econômicas, políticas e empresariais do Espírito Santo. Ele repetiu, no evento, que parte da atividade no setor de serviços - que representa dois terços da economia - começa a se recuperar, e voltou a dizer que há diversos choques no Brasil que fizeram a inflação de curto prazo subir.

"Tivemos problema hídrico que gerou uma reprecificação de toda a cadeia energética no Brasil e parece que vai ter mais algum aumento de preço na bandeira 2 de energia", afirmou Campos Neto.

Realizado por meio de uma parceria da Apex Partners com a Rede Vitória, o encontro teve a presença do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, dos empreendedores e empresários Paolo di Sora, Marcelo Mesquita, Cassio Bruno, Rogério Karp, Rodrigo Cury, Moacy Veiga e Bruno Loiola, e do deputado federal Felipe Rigoni.

O presidente do BC admitiu que o movimento de subida da inflação de curto prazo teve "algum alastramento". "Por isso entendemos que era necessário um movimento de ajuste para que essa inflação não contamine o ambiente inflacionário e desancore as expectativas. Nossa missão número 1 é manter os preços sob controle, atingindo a meta de inflação que nos é delegada", enfatizou.

Crise hídrica

Campos Neto alertou também que a crise hídrica já impactou expectativas de inflação do mercado. "Quando temos bandeira vermelha 2 na conta de luz e em reprecificar as bandeiras, esse ajuste já foi feito. Para inflação, importa muito efeito em dezembro, que geralmente é um mês que chove muito e acaba baixando da bandeira", afirmou.

Ele destacou ainda que o cenário do BC já embute a maior parte da crise hídrica. "Pode piorar, porque estamos sujeitos a fatores climáticos. Mas olhando hoje, entendo que isso já está bastante precificado", completou.

Veja fotos do 4º Encontro Folha Business:

Víctor Machado
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Vitor Machado
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Juros nos EUA

O presidente do Banco Central salientou que qualquer movimento abrupto de juros nos Estados Unidos gera reação em mercados emergentes, já que os juros americanos são um balizador de liquidez mundial. 

"Mas é importante entender o fator gerador do movimento nos EUA. Se a alta de juros é porque o crescimento está muito forte e precisa de um novo equilíbrio macroeconômico, o impacto para emergentes é um. Mas se existe a percepção de que o BC americano está atrasado na política monetária e terá que subir mais os juros, esse processo pode gerar uma disfunção maior para os emergentes", afirmou.

Campos Neto considerou, no entanto, que apesar da maior inflação dos EUA, existe credibilidade suficiente e uma interpretação dos agentes de que o BC americano irá agir a tempo se for necessário.

Empresa pequena teve mais acesso a crédito que média ou grande, diz Campos Neto

O presidente do Banco Central disse, ainda, durante o 4º Encontro Folha Business que, durante a pandemia, as empresas pequenas tiveram mais acesso ao crédito que as médias, e que as médias tiveram mais crescimento de crédito que as grandes. "Não é verdade que as pequenas companhias tiveram restrição de crédito, é o contrário", afirmou.

Ele, também, voltou a destacar a agenda digital da instituição financeira, com o PIX e o Open Banking. Campos Neto citou a importância de melhorar o tratamento e a interpretação de dados.

"Estamos passando por grande incerteza na parte de valorar ativos, porque os ativos estão deixando de ser tangíveis para serem intangíveis, e o processo de digitalização está acelerando isso", completou o presidente do BC.

Assista a íntegra do 4º Encontro Folha Business

BC tem projeto para fazer um 'Open Health'

Ainda durante o 4º Encontro Folha Business, Roberto Campos afirmou que a instituição está conversando com o Ministério da Saúde para a criação de um "Open Health", um sistema de dados de consumidores de produtos na área de saúde. Campos Neto não deu detalhes sobre o sistema ou sobre como funcionaria.

A citação de Campos Neto ocorreu durante evento em que ele tratava de novas tecnologias, entre elas o Open Finance - um desdobramento do Open Banking, o sistema de compartilhamento de dados de clientes bancários.

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*Com informações do Estadão Conteúdo


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