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Sesa mantém intervalo de 10 semanas entre aplicação de doses da vacina Astrazeneca

Ministério Público do Estado (MPES) havia notificado o secretário Nésio Fernandes para que aplicação ocorresse no prazo de 12 semanas; Estado foi autorizado pelo Ministério da Saúde a reduzir intervalo

Nadine Silva Alves

Redação Folha Vitória
Foto: Breno Esaki/Agência Saúde DF

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) resolveu manter o intervalo de 10 semanas (70 dias) entre as duas doses da vacina Astrazeneca. A pasta afirma, por meio de nota, que recebeu autorização do Ministério da Saúde depois de realizar uma consulta junto ao Programa Nacional de Imunização (PNI). 

A resposta vem após o Ministério Público do Espírito Santo (MPES) ter informado sobre um acordo feito com a Sesa e que determinava que o período entre as aplicações voltasse a ser de 12 semanas (90 dias). O órgão havia informado ainda, por nota, que apenas a abertura das vagas para o agendamento poderia ocorrer antes deste período.  

A Sesa reforçou que comunicou ao Ministério Público sobre a permissão obtida junto ao PNI para adotar a antecipação de 10 semanas entre as doses, com o destaque de que, no momento da aplicação da D1, deve-se anotar no cartão de vacina a data do limite máxima, que é de 12 semanas (84 dias).

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A pasta garante que não existem prejuízos à imunização. "Pelo contrário, se garante antecipação do benefício do reforço da segunda dose e permite melhor operacionalização da imunização pelos municípios", reforçou.

A Secretaria da Saúde informou ainda que realizou a consulta ao Programa Nacional de Imunização sobre aplicação da D2 da Astrazeneca dentro do prazo previsto em bula e dentro dos limites autorizados pelo próprio PNI, sendo 12 semanas o ponto máximo seguro. A equipe do PNI manifestou total acordo, segundo a Sesa.

A secretaria destacou na nota que mantém autorização aos municípios de ampliar o acesso à vacinação e a completude do esquema vacinal com o prazo de 10 semanas (70 dias) de aplicação da D1.

Entenda a história 

No dia 22 de junho, em coletiva de imprensa da Sesa, o secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, disse que os municípios poderiam antecipar a aplicação da segunda dose do imunizante da Astrazeneca.  

Com isso, pessoas que completassem 70 dias ou mais da aplicação da primeira dose poderiam receber a D2. No entanto, o Plano Nacional de Vacinação (PNI) orienta que a aplicação ocorra após o prazo de 12 semanas.

O MPES notificou o secretário Nésio Fernandes no dia 25 de junho, pedindo que ele não orientasse gestores municipais de saúde a antecipar a segunda dose da vacina Astrazeneca.

Depois da notificação feita pelo MPES, o subsecretário de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin, disse na rádio Pan News Vitória que a Sesa iria se reunir para discutir a questão com o órgão. 

Nesta quinta-feira (01), o Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES) informou, por meio de nota, que "após contato com o Secretário de Estado da Saúde (Sesa), Nésio Fernandes, e com a coordenadora do Programa Estadual de Imunização, Danielle Grillo Pacheco Lyra, ficou definido que a orientação aos municípios será a adoção do intervalo de 12 semanas entre a primeira e a segunda dose da vacina AstraZeneca/Fiocruz, conforme estabelecido no Plano Nacional de Vacinação, fazendo constar, inclusive, no cartão de vacinação tal intervalo. A abertura das vagas para agendamento poderá ocorrer um pouco antes para organização dos serviços de saúde por parte dos municípios de forma que nenhum usuário fique com a segunda dose em atraso."

Com base nas informações do MPES, o Folha Vitória publicou que a Secretaria de Estado da Saúde havia voltado atrás na orientação de antecipar a vacina. Mas a Sesa informou no início da noite de quinta-feira (01) que havia recebido autorização do Ministério da Saúde para manter o intervalo menor de aplicação da segunda dose da Astrazeneca. 

O Folha Vitória também publicou de forma errada a informação de que a Sesa havia orientado os municípios a aplicarem a vacina com oito semanas de antecipação, mas a orientação sempre foi a de adiantar a partir de 70 dias da aplicação da primeira dose. 






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