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Caso de intoxicação em cão após consumo de petisco é investigado no ES

Flash começou a passar mal após comer um petisco da Dental Care. A marca também é investigada por casos de intoxicação em Minas Gerais e em São Paulo

Gabriel Barros

Redação Folha Vitória
Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

A Polícia Civil do Espírito Santo investiga um caso de intoxicação alimentar em um cachorro. Os tutores do animal são moradores da Serra. Eles contaram que o pequeno Flash começou a passar mal após comer um petisco. Outros casos semelhantes são investigados em Minas Gerais e em São Paulo.

Segundo a tutora Rogéria Viana, o petisco Dental Care, da Bassar Pet Food, foi comprado em 15 de julho em um estabelecimento de Vitória. Menos de uma semana depois, o Flash começou a passar mal. 

"No domingo ele não comeu. Achei estranho porque ele não é disso. No dia seguinte, quando cheguei em casa, vi que não foi para o portão. Ele estava apático. Liguei para veterinária e ela falou para eu levar ele até a clínica. Ela fez alguns exames e fomos para casa. A noite ela me ligou e pediu para correr para a clínica", contou.

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Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

Rogéria contou que o Flash teve diarreia, vômito e tremores. A tutora relatou que o cachorro, de 4 anos, nunca teve sintomas parecidos antes. 

"Ele demorou mais de um mês para melhorar totalmente. Ainda falta fazer um exame para ver se ele teve algum problema nos rins".

O cãozinho já passou por exames, como endoscopia digestiva, para descartar a possibilidade da presença de corpo estranho no organismo. Após descartar a suspeita, ele foi conduzido para terapia de substituição renal através da técnica de diálise peritoneal e recebeu tratamento para intoxicação sem causa específica. Os tutores já gastaram cerca de R$ 8 mil no tratamento.

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Rogéria contou que, após ver a repercussão de casos em Minas Gerais e em São Paulo sobre a morte de cães causada por intoxicação após comer o petisco, percebeu que uma das marcas investigadas é a mesma que ela comprou para o Flash. 

Exames realizados pela Universidade Federal de Minas Gerais em um dos cães, vítima no Estado mineiro, aponta que a falência dos rins foi causada pela presença de monoetilenoglicol no organismo. A substância tóxica é a mesma encontrada no caso da cervejaria Backer, em que 10 pessoas morreram intoxicadas e 19 ficaram com sequelas após a contaminação.

O laudo médico de Flash aponta que os sintomas que ele teve foi semelhante à  ingestão de monoetilenoglicol. "O quadro dele é completamente compatível por lesão renal aguda secundária à ingestão de monoetilenoglicol", afirma o documento.

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O caso registrado no Espírito Santo é investigado pela Delegacia Especializada de Proteção ao Meio Ambiente. De acordo com a Polícia Civil, para que a apuração seja preservada, nenhuma outra informação será divulgada no momento. 

Ministério da Agricultura interditou fábrica de produtos para alimentação animal suspeita de contaminação

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) determinou, na última sexta-feira (02), que a fábrica da Bassar Indústria e Comércio Ltda, que fica em Guarulhos, em São Paulo, fosse interditada.

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A pasta também determinou o recolhimento de produtos para alimentação animal suspeitos de contaminação. A princípio, segundo o Mapa, os produtos identificados com possível contaminação são o Every Day sabor fígado (lote 3554) e o Dental Care (lote 3467). O recolhimento dos produtos deve ser realizado pela empresa e os produtos devem ficam apreendidos nos armazéns da própria empresa.

"A medida é preventiva e poderá ser alterada em razão das informações que venham a ser obtidas com as investigações que estão sendo conduzidas", destacou. 

O Ministério informou ainda que já coletou as amostras dos produtos. Elas serão encaminhadas aos Laboratórios Federais de Defesa Agropecuária do Ministério para análise. 

Substância é a mesma encontrada em cerveja contaminada em Minas Gerais

O laudo da Escola de Veterinária da UFMG identificou a presença do monoetilenoglicol no corpo de um dos cachorros mortos por suspeita de intoxicação após consumir petisco da marca Bassar.

Em 2019, a substância causou a intoxicação de 29 pessoas que consumiram a cerveja Backer. Na época, dez pacientes morreram após ingerirem a bebida.

A substância, também conhecida como etilenoglicol, é geralmente usada para refrigeração. Ela ainda é encontrada em baterias, motores de carro e freezers ou geladeiras.  

O que diz a Bassar Pet Food?

Procurada pelo Folha Vitória, a empresa não se pronunciou sobre o caso investigado no Espírito Santo. Em nota enviada ao Estadão Conteúdo, a Bassar Pet Food afirmou que colabora com as investigações e presta orientações aos consumidores que entram em contato com a empresa.

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