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Amigos do ES criam jogo sobre desastre de Mariana e do Rio Doce

Tragédia ambiental na barragem de Fundão, em Minas Gerais, completa seis anos na próxima sexta-feira (06)

Gabriel Barros

Redação Folha Vitória
Foto: Divulgação

Um grupo de amigos do Espírito Santo criou um jogo para manter viva as memórias do desastre ambiental de Mariana, que completa seis anos na próxima semana. A tragédia ambiental destruiu povoados, matou centenas de pessoas e deixou um rastro de lama pelo Rio Doce.

Meses após o ocorrido, o designer gráfico e programador Felipe Mattar, de 37 anos, se juntou com os amigos para criar o game. Com a publicação da Lei Aldir Blanc, em 2020, o grupo viu a oportunidade de tirar a ideia do papel. O jogo "Rio de Lama: O Resgate do Rio Doce" foi lançado em setembro deste ano.

"A ideia para a criação do jogo surgiu na época que aconteceu o desastre. Eu era sócio de uma produtora de audiovisual. Conversando informalmente com uns amigos, tivemos a ideia. A gente não sabia como fazer. Começamos a fazer uns esboços, mas acabou ficando engavetado por vários motivos. Eu comecei a estudar e este ano lançamos o jogo", contou.

Felipe conta que o game tem como objetivo dar visibilidade e manter viva a memória do ocorrido, para que a tragédia não caia no esquecimento. 

“O projeto se propõe de uma forma indireta e ficcional, utilizando dos acontecimentos reais como inspiração para o contexto geral do universo do game”, explicou.

O designer destacou, ainda, que a mensagem por trás do jogo vai além da realidade do Rio Doce e acende um alerta sobre a importância de cuidar dos rios do planeta. 

“A ideia da mensagem que quero transmitir com o jogo é de que todos os rios do planeta que sofrem pela má-conduta de pessoas e empresas que se utilizam do meio ambiente de maneira irresponsável necessitam de nosso cuidado e de nosso respeito”, enfatizou.  

Entenda como funciona o jogo

Foto: Divulgação

Felipe explica que, durante as fases, o jogador controla uma nave espacial para destruir os inimigos que surgem em cada etapa. As fases do jogo precisam ser desbloqueadas. 

A missão conta com duas armas principais com munição infinita e mais três armas secundárias que podem ser usadas com a quantidade de esferas de energia que o jogador conseguir coletar durante as fases.  

“A história do jogo consiste que há milhares de anos, ‘Pacal, o grande’ abandonou o Planeta Terra com a sua espaçonave para fugir de um dilúvio. No entanto, ele volta para cá em busca de artefatos preciosos que ficaram escondidos na América. Acontece que antigos templos sagrados se transformaram em hostis indústrias poluidoras comandadas pelo ambicioso e de poder absoluto, Dr. Welin”, contou.

O criador do jogo disse ainda que o personagem Pacal se enfurece com a profanação dos locais sagrados e com a destruição do meio ambiente e aciona reforço com uma inteligência artificial conhecida como Zacharias.

“No jogo, o Rio Doce era um paraíso para a humanidade e para os animais, mas como se tornou um território destruído por atividades inescrupulosas do Dr. Wellin, o objetivo do Pacal é impedir a destruição completa do rio tomado pela lama. Tem muita emoção e desafios para poder concluir estes desafios”, revelou.

Felipe adiantou uma dica para quem quer se desafiar e chegar a fase final do jogo. “É preciso passar por trilhos de fogo, afim de conquistar a relíquia sagrada e salvar o Rio Doce”, adiantou.

O jogo está disponível em português e em inglês. Ele pode ser baixado gratuitamente pelo Google Play Store na versão mobile. Na versão para computador é preciso pagar uma pequena taxa.

A produção e lançamento do jogo contou com apoio de Ana Clara Gouvêa Calmon (Designer Gráfico), Huemerson Leal Cota (Ilustrador e efeitos especiais), Fernando Boechat (trilha sonora) e Raphael Gaspar (autor do enredo, redator e produtor executivo).

Lama da barragem de Fundão atingiu municípios do ES e de Minas Gerais

O rompimento da barragem de contenção de rejeitos de Fundão, em Mariana, Minas Gerais, completa seis anos na próxima sexta-feira (05). A lama de rejeitos de minério que vazaram da barragem é considerada um dos maiores desastres ambientais da história no Brasil.

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A lama destruiu vilarejos, matou pessoas e impactou a biodiversidade de uma das mais importantes bacias hidrográficas do país que incorpora 184 municípios de Minas Gerais e do Espírito Santo: o Rio Doce. Dos 853 km do rio, cerca 600 km foram atingidos pelos rejeitos que desaguou no oceano Atlântico. No Estado, a lama passou por Baixo Guandu, Colatina e Linhares e trouxe prejuízos ambientais, econômicos e sociais para os moradores.

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