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"Estou mais tranquilo, foram 10 anos de luta", diz vítima após a prisão de Dondoni

Agora, dez anos após o acidente, o cabeleireiro Ronaldo Andrade, único sobrevivente de acidente provocado por Wagner Dondoni, sente-se aliviado

Foto: Reprodução

O empresário Wagner José Dondoni de Oliveira, que estava foragido após ser condenado por dirigir embriagado e causar a morte de três pessoas da mesma família, se entregou na última sexta-feira (30) na Superintendência de Polícia Interestadual e de Capturas (Supic).

Agora, dez anos após o acidente, o cabeleireiro Ronaldo Andrade, único sobrevivente, sente-se aliviado, apesar de ter a consciência de que sua família nunca irá voltar. “Infelizmente eles não vão voltar… Meus filhos, minha esposa… Mas meu sentimento é de dever cumprido, porque foi uma luta, durante esses 10 anos. Eu estou mais tranquilo, mas a dor da saudade nunca vai passar”, desabafa.

Depois de cerca de 20 dias foragido, Wagner Dondoni ir´´a para a prisão, condenado a 24 anos e onze meses pelos três homicídios. Ele cumpre o primeiro dia de pena neste sábado (01).

“Na realidade, ele já estava preso. A foto dele estava em tudo quanto é lugar, ele não poderia sair porque ele seria preso, algemado e ridicularizado, na verdade. Ele viu como não tinha escapatória, teve que se entregar. Não foi por livre e espontânea vontade como parece”, comenta Ronaldo. 

Relembre o caso

No dia 20 de abril de 2008, uma caminhonete dirigida por Wagner Dondoni colidiu com um carro dirigido por Ronaldo Andrade, por volta das 07 horas da manhã. O acidente aconteceu na BR 101, em Viana. Ronaldo e a família seguiam para Guaçuí, no sul do Estado.

O único sobrevivente do acidente foi o cabeleireiro Ronaldo Andrade, marido e pai das vítimas. Morreram no acidente: os filhos de Ronaldo, Rafael Scalfone Andrade, de 13 anos, e Ronald, filho caçula, 03 anos. Maria Sueli Costa Miranda, 29 anos, mulher de Ronaldo, ficou internada três dias mas não resistiu.

No dia do acidente, um exame de embriaguez feito no empresário por coleta de sangue dez horas após o crime comprovou que Wagner Dondoni dirigiu sob influência de álcool. Logo após o acidente, Dondoni foi detido e encaminhado ao DPJ de Cariacica, mas foi liberado após pagar fiança em pouco mais de R$ 2 mil.

No dia 24 de abril de 2008, Dondoni foi novamente preso ao depor, mas em setembro daquele ano, foi novamente posto em liberdade. Em 2009, Dondoni chegou a ser preso em Minas Gerais por usar documentos falsos, mas foi novamente liberado pela Justiça.

Júri Popular

Em abril de 2009, o juiz responsável pelo caso, na época, decidiu pronunciar o acusado e levá-lo a júri popular. Em janeiro de 2010, os desembargadores do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) mantiveram a decisão. Mas um recurso foi impetrado pela defesa do réu contra o júri popular. O processo foi encaminhado para o Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília.

Desde então, uma série de recursos foram impetrados na esfera estadual e nacional. Mas no dia 07 de junho deste ano, um último recurso apresentado pela defesa de Dondoni não foi aceito no STJ. Ele transitou em julgado, ou seja, não há mais possibilidade de recursos. Desde o dia 09 de junho, o processo está concluso para despacho, aguardando as próximas etapas até o julgamento, mas o andamento foi interrompido pela suspeição indicadas por juízes de Viana.



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