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Anabolizantes no ES: investigação indica que produtos vêm principalmente de sites dos EUA

As substâncias, além de suplementos e medicamentos que não passaram por autorização da Anvisa, têm tido atenção da PF desde 2021

Isabella Arruda

Redação Folha Vitória
Foto: Reprodução / TV Vitória

As investigações levantadas pela Polícia Federal para identificar pessoas envolvidas com a venda de anabolizantes sem registro no Espírito Santo apontaram que os produtos são importados principalmente por meio de sites dos Estados Unidos.

As substâncias, além de suplementos e medicamentos que não passaram por autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), têm tido atenção da PF desde 2021, quando houve a prisão em flagrante de um homem em São Mateus.

Já na manhã desta quinta-feira (23), uma operação acabou prendendo mais um suspeito com produtos com comercialização proibida.

Sobre o assunto, o delegado Lorenzo Fontes Esposito (PF) conversou com a reportagem da TV Vitória

“Durante o interrogatório do homem preso em 2021, foi identificado um fornecedor daquele vendedor final, que passou dados preliminares para a delegacia especializada fazendária, que fica na sede de Vila Velha. Então nós começamos a investigação para identificar e confirmar que ele era um importador e vendedor contumaz desse tipo de produto”, explicou.

O homem preso nesta quinta importava produtos de fornecedores do exterior, especialmente dos Estados Unidos, entrava em páginas na internet, negociava por e-mail ou por outros meios e recebia as substâncias principalmente pelos Correios. “O comércio dele variava desde pessoas que revendiam até mesmo diretamente a consumidores finais”, disse a autoridade policial.

Foto: Divulgação / Polícia Federal

Segundo Esposito, o homem tem 44 anos, mora em Vila Velha, tem profissão estável e é usuário de anabolizantes, além de comercializar os produtos para conseguir uma renda extra.

“A gente vai definir agora para quem ele vendia exatamente. Além dos próprios medicamentos, apreendemos dois celulares e queremos saber se outras pessoas também estão comercializando esses produtos por aqui”, pontuou.

Segundo o delegado, o Código Penal tem previsão quanto à proteção à saúde, buscando evitar a falsificação de produtos até a venda de comércio sem passar pela Anvisa. Para os crimes praticados, a pena pode variar entre 10 e 15 anos de reclusão.

“Reforçamos que não se deve comprar esses produtos sem orientação médica, o usuário final, embora não esteja cometendo crime, está colocando em risco a saúde dele. E fica o alerta para quem comercializa: é um crime grave, com pena semelhante à de tráfico de drogas”, disse.

Por fim, Esposito reforçou que o homem preso nesta quinta usava também a casa de um amigo, no município da Serra, para direcionar os produtos, além da própria residência em Vila Velha. “O amigo não tinha participação no crime em si, era só um CPF utilizado. As investigações devem esclarecer se isso era feito para pagar menos imposto ou para servir como alguma distração”, finalizou.

Foto: Divulgação Polícia Federal

Operação

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira (23) uma operação que busca identificar pessoas envolvidas com a venda de anabolizantes sem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no Espírito Santo. Uma pessoa acabou presa em flagrante com produtos com comercialização proibida.

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Os agentes cumpriram dois mandados de busca em Vila Velha e na Serra durante a “Operação Anabolic Express”. Os mandados foram expedidos pela 2ª Vara Federal Criminal de Vitória com o objetivo de recolher provas da atuação dos investigados e confirmar o funcionamento do esquema.

Segundo a Polícia Federal, durante as buscas, um indivíduo foi flagrado com um depósito, medicamentos de procedência ignorada e adquiridos de estabelecimento sem licença da autoridade sanitária competente. O suspeito também tinha produtos o qual a comercialização é proibida pela Anvisa.

De acordo com as investigações realizadas pela Delegacia de Polícia Fazendária da Polícia Federal, alguns itens de comercialização proibida, como anabolizantes e outros produtos sem registro na Anvisa, são importados pelos Correios e distribuídos no Espírito Santo.

Ainda segundo a polícia, o esquema caracteriza crime de comércio ilegal de anabolizantes. A pena dos envolvidos pode chegar a 15 anos de prisão.

O suspeito preso em flagrante nesta quinta-feira foi encaminhado ao sistema prisional do Estado e está à disposição da Justiça.

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