Polícia

VÍDEO | "Ela não teve envolvimento", diz defesa da mãe de criança morta em Vila Velha

Para o advogado, a cliente não poderia considerada culpada antes que todo o processo seja concluído. “Os equívocos encontrados serão esclarecidos", disse

Isabella Arruda

Redação Folha Vitória
Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

Após a morte do pequeno Jorge Teixeira da Silva Neto, de 2 anos e oito meses, ocorrida nesta terça-feira (05), após dar entrada em um hospital de Vila Velha, a defesa da mãe da criança, uma das principais suspeitas do assassinato, junto ao pai do menino, se pronunciou. 

Segundo o advogado Carlos Bermudes, Jorgia Karolina Teixeira da Silva, de 31 anos, não teve envolvimento com qualquer crime relacionado ao filho. Veja vídeo gravado por ele:

“Ao contrário do que foi noticiado e informado pela autoridade policial, ela não tem nenhum envolvimento com a morte de seu filho. O menino Jorge já estava passando mal há cerca de uma semana e a mãe o levou ao hospital por diversas vezes. Por determinação médica, estava dando a medicação em casa e tomando os cuidados indicados, tendo inclusive obtido atestado médico para faltar ao trabalho e acompanhar o filho”, informou o jurista.

Segundo Bermudes, na madrugada de domingo para segunda a situação da criança se agravou. “Após levá-lo ao pronto-socorro da Samp, foi encaminhado ao PA da Glória e em seguida para o Himaba, onde foi detectada a suposta violação sexual. Existe evidente erro na conclusão das investigações, que foram conduzidas de forma irresponsável”, acrescentou.

Para o advogado, a cliente não poderia considerada culpada antes que todo o processo seja concluído. “Os equívocos encontrados serão esclarecidos e temos plena convicção de que iremos provar a inocência quanto à morte da criança”, disse.

Pais não queriam que corpo de criança passasse por perícia

Contra a vontade dos pais, o corpo do menino foi encaminhado ao Departamento Médico Legal, em Vitória.

Durante a autopsia, os legistas constataram que Jorge estava com sinais de espancamento, tortura e queimaduras, possivelmente provocadas por guimba de cigarro.

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O médico legista Josias Rodrigues explicou que a criança também tinha sinais de estupro. Jorge teve o intestino perfurado.

"No exame físico externo, encontramos muitas lesões bem sugestivas de maus-tratos. Encontramos lesões por queimaduras, algumas equimoses devido provavelmente a trauma por pancada. Ao abrir as cavidades, olhando dentro do abdômen, encontramos outras lesões que corroboravam com essa hipótese, além do ânus da criança totalmente dilacerado", detalhou. 

Suspeitos não demonstraram arrependimento durante a prisão

De acordo com o delegado responsável pela investigação, Alan Moreno de Andrade, Maycom Milagre da Cruz, de 35 anos, e Jeorgia Karolina Teixeira da Silva, de 31 anos, não demonstraram arrependimento ao serem presos.

"Não demonstraram arrependimento, não demonstram consternação com a morte do filho, emoção quase nenhuma. Só um leve choro. Eles não conversaram entre si, um fato que achamos muito estranho. Os pais não se olhavam. Quando um passava, o outro virava o rosto. Quando dei a voz de prisão aos dois, a reação foi algo tipo 'Tá, onde eu assino?'", contou o delegado.

Os suspeitos prestaram depoimento por quase 12 horas. Segundo a polícia, eles não souberam explicar o motivo pelas lesões. Eles foram autuados em flagrante por estupro de vulnerável e tortura, e encaminhados ao sistema prisional. 

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