Polícia

Mãe reconhece rebeldia, mas defende filho acusado de matar soldado do BME em Cariacica

Já adolescente, a mãe do menor matriculou o filho em uma escola de Cariacica. Mas ao invés de frequentar as aulas, a mãe afirma que o filho conheceu pessoas erradas

Soldado foi morto com um tiro na cabeça Foto: Divulgação

O sofrimento que a dona de casa, mãe do menor suspeito de ter matado o soldado do Batalhão de Missões Especiais (BME), Dayclon Nascimento Feu,  afirma sentir  é imensurável. Segundo a mulher, a dor parece não ter fim.

O soldado foi assassinado na madrugada do último domingo ( 7), durante uma abordagem em Padre Miguel, em Cariacica. A mãe do adolescente prefere não se identificar. Segundo ela, desde pequeno, o menor sempre foi muito apegado a ela. “Ele era meu amigo. Eu dava conselhos, nunca bati ou encostei um dedo nele”, disse.  

A vida do jovem infrator é marcada pela rebeldia. Aos 11 anos, após a separação dos pais, o menino foi trabalhar com um amigo da família, em Viana, onde trabalhou até completar 15 anos. “Nesse lugar ele tirava leite, cortava capim, limpava o curral e frequentava a escola. O problema foi que ele fez uma amizade muito forte com um primo. Esse primo fez a cabeça dele e ele foi morar na Serra. Não durou muito tempo e voltou para minha casa”, contou. 

Já adolescente e após o retorno da Serra, a mãe do menor matriculou o filho em uma escola de Cariacica. Mas ao invés de frequentar as aulas, a mãe afirma que o filho conheceu pessoas erradas, o que deixava a dona de casa preocupada.

Do menino trabalhador de Viana, o jovem mudou de personalidade e começou a sair sem avisar para onde ia. O tom de voz ficou mais agressivo e sinais de que algo não estava bem começaram a aparecer. Para a mãe, as más influências levaram o adolescente a cometer o crime.  

Mesmo com a confissão do adolescente, a mãe do jovem afirma não acreditar que o filho tenha cometido o crime. Para ela, o menor é inocente. “Eu não acho que ele fez isso. Ele me ligou quando foi apreendido e disse que me amava. Não falou nada de ter matado um policial”, afirmou.  Com o filho longe e com medo, a mulher teme pelo que pode acontecer com o menor. “Tomara que não façam nada com ele. Não maltratem nem nada. Eu sinto muito por tudo”, lamentou. 

Entenda o caso
O soldado do BME Dayclom Nascimento Feu, de 28 anos, foi morto com um tiro na cabeça, na noite do último sábado (06), no bairro Padre Gabriel, em Cariacica. Segundo colegas de trabalho, o soldado do BME morreu na Rua Chico Mendes, que cruza com a avenida principal do bairro.

De acordo com os policiais que estavam na ocorrência, uma viatura do Batalhão de Missões Especiais (BME) parou em uma esquina. Assim que os PMs avistaram dois rapazes em atitude suspeita, desceram para fazer a abordagem. Foi aí que os criminosos atiraram. Os policiais, então, revidaram. O policial que foi atingido foi o único que não havia saído do carro. Dayclom foi atingido com um tiro na cabeça.

O policial chegou a ser socorrido e encaminhado para um hospital particular de Cariacica, onde foi submetido a uma cirurgia, mas não resistiu e morreu.

O suspeito baleado, identificado como Iaclison Cajazeira de Almeida, foi socorrido e encaminhado para o Hospital São Lucas, em Vitória. O corpo do policial foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) de Vitória, e a família fez o reconhecimento na manhã de domingo (07). O policial Dayclom estava na corporação desde 2009 e integrava o BME há três anos.

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