Política

Ufes avalia anular homenagens dadas durante a ditadura militar; entenda

Processo administrativo foi aberto pela universidade após pedido do Ministério Público Federal (MPF)

Redação Folha Vitória

Foto: Montagem / Folha Vitória

A Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) abriu um processo administrativo para reavaliar títulos de Doutor Honoris Causa concedidos pela instituição ao ex-presidente Emílio Garrastazzu Médici e ao ex-ministro da Educação e Cultura general Rubem Carlos Ludwig. Os títulos foram dados durante a ditadura militar. 

Médici, terceiro presidente do regime militar no Brasil, recebeu a mais alta honraria concedida pela Ufes em 1976. Já Ludwig foi homenageado em 1983.

O processo foi feito após um pedido do Ministério Público Federal (MPF), que solicitou ainda que fossem identificados os locais na universidade que ainda levam nomes em homenagem a antigos diretores que aderiram à ditadura militar.

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Segundo o Relatório Final da Comissão da Verdade da Ufes (CVUfes), as violações de direitos humanos durante o período da ditadura militar atingiram cerca de 90 pessoas, entre estudantes, funcionários e professores da instituição.

“A permanência de pessoas que participaram das violações de direitos humanos perpetradas no bojo da ditadura militar no Brasil no quadro de homenageados da Ufes perpetua a violência por eles praticada, mantém viva a dor dos que sofreram, inclusive na memória coletiva, e retrata o algoz como herói, como alguém importante para a instituição e para a sociedade”, justificou a procuradora regional dos Direitos do Cidadão Elisandra de Oliveira Olímpio.

Ela destacou ainda que o MPF atua para trazer à luz as práticas atrozes cometidas pelo Estado brasileiro naquele período e para assegurar o direito à memória, especialmente para que fatos como esses não venham a se repetir.

Diante do assunto, o Folha Vitória procurou a Universidade Federal do Espírito Santo. A matéria será atualizada com um pronunciamento da instituição. 

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