Eleições 2018

Política

Horário eleitoral gratuito estreia nesta sexta. Veja como foi o desempenho dos candidatos

Propaganda gratuita em rádio e TV tem início nesta sexta (31) e segue até o dia 4 de outubro, com missão de apresentar os candidatos e as propostas deles para o eleitorado

Alex Pandini

Redação Folha Vitória

A propaganda eleitoral que será exibida no rádio e na TV de segunda a sábado durante 35 dias teve início nesta sexta (31). Ela será dividida em dois blocos diários de 25 minutos cada, em horários diferenciados nos dois meios. Às segundas, quartas e sextas, dá espaço aos candidatos ao Senado, à Assembleia Legislativa e ao Governo do Estado. Às terças, quintas e sábados é a vez dos postulantes à Câmara dos Deputados e à presidência da república.

Um detalhe que chamou a atenção na propaganda no rádio foi a ausência de nada menos do que quatro dos seis candidatos ao Governo do Estado. À exceção de Renato Casagrande (PSB) e Rose de Freitas (PODE), todos os outros não conseguiram finalizar as produções a tempo de enviar para exibição. Ficaram de fora do primeiro dia no rádio os candidatos André Moreira (PSOL), Aridelmo Teixeira (PTB), Carlos Manato (PSL) e Jackeline Rocha (PT).

Candidatos ao Senado na TV

A propaganda dos candidatos ao Senado abriu o horário eleitoral gratuito. No primeiro dia de propaganda na TV aqui no ES, cinco dos 11 candidatos ao Senado não exibiram conteúdo, dando origem a dois "buracos" na programação, um logo no início e outro no meio da propaganda.

Entre os que se apresentaram ao público, Fabiano Contarato (Rede) foi o primeiro. Com boa produção audiovisual, a propaganda revelou aspectos pessoais, da origem humilde em Nova Venécia à morte da mãe, já no bairro Cristóvão Colombo, em Vila Velha, ressaltando que Contarato foi "arrimo de família" desde garoto. Exibiu ainda o filho adotivo e enfatizou a atuação como delegado de delitos de trânsito, num tom quase apelativo, ao associar o fato de ter perdido a mãe com o carinho com que diz ter com as mães que perdem os filhos vítimas de acidentes. 

Depois foi a vez de Célia Tavares (PT), que usou o tempo mais para a defesa do ex-presidente Lula do que para falar de si mesma. Somente ao final é que, com voz em off sobre fotos dela mais jovem, apresentou o currículo de professora e ex-secretária de educação de Cariacica na gestão do ex-prefeito Hélder Salomão. Chama atenção a simplicidade da produção, contrastando com campanhas anteriores do PT.

O terceiro candidato a senador a aparecer foi Ricardo Ferraço (PSDB), que centralizou o discurso no histórico dele como deputado federal e senador no que diz ser a defesa dos interesses do Espírito Santo no Brasil. Com produção de qualidade e um jingle estilo "chiclete", que diz no refrão "Ricardo fez, Ricardo faz" não economizou com imagens que intercalavam a cidade e o campo (Ferraço já foi secretário estadual de agricultura), e estampou ainda imagens dele ao lado do candidato a governador da coligação, Renato Casagrande (PSB).

Em seguida, foi a vez de Marcos do Val (PPS). A propaganda foi prejudicada pela má qualidade do áudio. Em resumo, o candidato explorou a repercussão do trabalho na área da segurança pública (foi consultor da SWAT americana), com imagens dele em entrevistas na mídia nacional e internacional. Logo depois, Marcos Do Val apareceu falando diretamente com o público, vestido de colete e roupa de policial. Enquanto se apresentava, foi tirando as peças até ficar de camisa social e gravata, numa "transformação" passando de policial a político.

Liu Katrini (PSOL) veio na sequência. Com um tempo muito escasso, só pode mesmo se apresentar e defender um dos motes da sigla, o de buscar uma sociedade mais igual. 

Magno Malta, o sexto candidato a senador a se apresentar, foi introduzido pela filha dele, Karla Malta, numa tentativa de buscar a simpatia do público feminino. Em seguida, Magno Malta exibiu muitas imagens dele no Senado Federal, e terminou com dois troféus nas mãos, dizendo ter recebido o prêmio de "melhor senador do ano".

Candidatos ao Governo na TV

Dos seis candidatos ao Governo do Estado, o primeiro a aparecer no horário gratuito da TV foi Carlos Manato (PSL), com pouco mais de um minuto de tempo. Com uma produção audiovisual que surpreendeu pela boa qualidade técnica, se apresentou como o médico que já viu nascer mais de 10 mil capixabas (ele é ginecologista). As imagens mostram ele de jaleco em vários momentos, num dos quais chega a beijar um recém-nascido. Também mostrou a esposa, e falando diretamente ao público disse que resolveu entrar na vida pública porque, apesar de ter uma vida confortável, sente necessidade de lutar por uma sociedade melhor.

O segundo candidato a aparecer foi André Moreira (PSOL). Com um semblante sério, Moreira apenas se apresentou, lembrou do histórico em defesa dos movimentos sociais e chamou o espectador a conhecer mais sobre ele, o partido e as propostas de campanha acessando a página dele na internet. Talvez pelo curtíssimo tempo disponível (14 segundos apenas), foi o único a fazer esse link entre a campanha da TV com a internet.

Em seguida, veio Renato Casagrande (PSB). Dono do maior tempo da propaganda (com mais de três minutos e meio), o primeiro programa trouxe o conceito de "comício", intercalando imagens do candidato nas ruas durante a veiculação de um jingle que não empolgou com trechos do discurso feito por ele no dia da convenção partidária. O jingle tem um refrão que diz "Volta Casagrande, vai... mostrar do que você é capaz", com palavras contraditórias como "volta" e "vai". 

Nos discursos, Casagrande falou em "recolocar o estado nos trilhos", fez críticas indiretas ao modelo educacional da atual gestão e também à situação da saúde e da segurança. No primeiro caso, disse que "é triste ver pessoas viajando 200, 300 km para conseguir atendimento", e prometeu construir o Hospital Geral de Cariacica. No segundo, defendeu a volta do programa Estado Presente - criado por ele - e afirmou ser necessário retomar o controle da segurança pública, "como eu comandei nos quatro anos que governei este estado", enfatizou. Também disse ter planos para geração de emprego, e ainda, que não vai perseguir ninguém e nem vai interromper nenhuma obra considerada importante.

O quarto candidato foi Aridelmo Teixeira (PTB). Com 36 segundos, ele usou como artifício fazer piada do próprio nome (segundo ele uma mistura dos nomes do pai e da mãe), como forma de humanizar a imagem ainda desconhecida de grande parte do público. Em seguida, se colocou como a novidade do pleito e alguém cujo momento chegou na política. O próprio slogan de campanha é "a força do agora".

Na sequência, foi a vez de Jackeline Rocha (PT). Mas, em vez dela, quem apareceu foi Fernando Haddad - ex-prefeito de São Paulo e até o momento candidato à vice-presidência na chapa encabeçada por Lula. É Haddad quem faz a apresentação da candidata petista no ES. Só depois é que Jackeline aparece. Numa fala rápida, passa a mensagem de que seu nome é fruto de um projeto coletivo. A produção é melhor do que a da candidata do PT ao Senado, mas também é bem simples, sem imagens externas nem edições aprimoradas.

Por fim, foi a vez de Rose de Freitas. A propaganda começou com uma contagem regressiva, e em seguida surgiu a candidata, já conversando com o público e enfatizando aspectos como razão e objetividade, num discurso que busca passar a imagem de uma pessoa resolutiva, operacional, e cuja experiência garantiria estabilidade e segurança. Em um trecho, ela afirma que "não oferece nada diferente no caminho, apenas o jeito de caminhar". O programa intercala algumas imagens editadas, com Rose junto à população, reforçando o caráter de municipalista da candidata, e com um jingle que repete o já tradicional "ra-re-ri-ro-rose" que virou uma espécie de marca registrada.


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