Política

Justiça concede prisão domiciliar ao juiz Carlos Alexandre Gutmann

O magistrado é um dos investigados pela Operação Alma Viva, que apura esquema de venda de sentenças

Foto: Reprodução /Youtube

Durante sessão na tarde desta quinta-feira (30), o Tribunal de Justiça do Espírito Santo concedeu a prisão domiciliar por 30 dias ao juiz Carlos Alexandre Gutmann. Ele é um dos investigados em um esquema de venda de sentenças pela Operação Alma Viva.

O magistrado havia retornado para o Quartel da Polícia Militar, em Vitória, na última terça-feira (28), após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) cassar a liminar que garantia a soltura de Gutmann e do juiz Alexandre Farina, também investigado pela operação. 

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A defesa de Gutmann pediu a prisão domiciliar para que ele pudesse cuidar das duas filhas, de oito e quatro anos. "As duas estão desalojadas, fora da sua casa, desprovida dos cuidados do pai", disse Israel Jório, advogado de defesa de Gutmann durante a sessão.

O advogado argumentou que a esposa de Gutmann está doente. A mãe dela, que veio de Minas Gerais para cuidar da filha e das netas, também teria adoecido. Ela estaria com covid-19 e precisou ser hospitalizada, e por isso, não pode mais cuidar das netas. 

O procurador Josemar Moreira lembrou durante sua fala na sessão que a esposa do acusado foi ao hospital visitar a mãe. A defesa de Gutmann rebateu a fala e afirmou que a visita não significa que ela tem capacidade de cuidar das crianças. 

"O fato dela ter estado no hospital dormindo em companhia da mãe não significa que ela pode cuidar das filhas. Ela (a mãe) estava internada no hospital, não estava em casa. As meninas por acaso vão ser internadas no hospital?", questionou o advogado. 

Ao prosseguir com seu argumento, a defesa de Gutmann afirmou que ela estava acompanhando uma senhora de idade e os cuidados eram realizados pela equipe médica do hospital.  

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A relatora do caso, desembarcadora Elisabeth Lordes, votou a favor da prisão domiciliar e foi seguida pelos colegas. 

"Diante de tal situação familiar, entendo que, neste momento, há comprovação de que a presença do genitor é impressionável para o cuidado das duas filhas menores porque a mãe e a avó estariam em isolamento decorrentes do covid-19", disse. 

A desembargadora lembrou ainda que a decisão visa garantir o cuidados necessários das filhas menores de idade. 

Em nota, a defesa e a família de Carlos Alexandre Gutmann disseram que celebram a sábia e sensível decisão do Tribunal de Justiça do Espírito Santo, que deferiu ao magistrado o direito de cumprir prisão cautelar em regime domiciliar para que possa exercer cuidados sobre suas filhas.

Veja a sessão na integra:


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