PSB confirma apoio a Haddad, mas Casagrande se mantém neutro para segundo turno
Casagrande afirma que será equilibrado para respeitar todos os capixabas que votaram em sua candidatura no último domingo (7)
Após a Executiva Nacional do Partido Socialista Brasileiro (PSB) decidir por apoio a Fernando Haddad (PT) no segundo turno da eleição presidencial nesta terça-feira (9), o governador eleito no Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), declarou que permanecerá neutro. Casagrande afirma que será equilibrado para respeitar todos os capixabas que votaram em sua candidatura no último domingo (7).
"Reafirmo a minha posição já explicitada de que me manterei de forma equilibrada nesse segundo turno a partir do último domingo, quando a população capixaba me concedeu uma vitória no primeiro turno. Eu serei o governador de todos os capixabas, portanto tenho que respeitar todas as pessoas que votaram e que estiveram junto comigo na candidatura. Precisarei de todos para que a gente possa fazer um trabalho bom e que o Estado volte a crescer", diz Casagrande.
Renato Casagrande teve 1.072.224, o que corresponde a 55,49% dos votos válidos, contra 525.973 votos de Carlos Manato (PSL) – 27,22%, segundo colocado. Esta é a segunda vez que Renato Casagrande é eleito governador do Estado. Em 2010, foi eleito governador do Espírito Santo com votação recorde: 82,3% dos votos válidos, a maior da história do Espírito Santo.
Voto do capixaba
No Espírito Santo, Jair Bolsonaro (PSL) foi o candidato à presidência mais votado. Escolhido por 1.122.131 capixabas que foram às urnas, Bolsonaro teve 54.76% dos vontos contra 24.20% (495.868) de Fernando Haddad. Do total de 78 municípios capixabas, o candidato do PSL foi preferência em 64.
Reunião do PSB
Apesar da decisão do PSB, os diretórios do Distrito Federal e de São Paulo foram liberados para se posicionarem de forma independente. Ao anunciar a decisão, o presidente da sigla, Carlos Siqueira, afirmou, no entanto, que o partido cobrará de Haddad a formação de uma frente democrática envolvendo, além de partidos políticos, atores da sociedade civil.
"No momento difícil que vive o País, queremos que a candidatura se transforme em uma frente democrática. Não estamos apoiando o candidato do PT, mas sim quem vai liderar essa frente para defender a democracia", afirmou Siqueira.
O partido deverá ainda entregar a Haddad um documento com pautas programáticas. De acordo com o presidente do partido, o PT não pediu apoio formalmente. "Estamos nos posicionando porque é a obrigação de um partido que tem vida republicana", disse.
O apoio do PSB era considerado pelo PT como fundamental para impulsionar a candidatura do partido no segundo turno e angariar forças contra o adversário, Jair Bolsonaro (PSL).
Na manhã desta terça, Haddad havia dito que é preciso fazer uma "recomposição de campo". O ex-prefeito de São Paulo lembrou também do apoio do PDT e do PSOL e ressaltou que, neste momento, ninguém está discutindo a definição de cargos em um eventual governo.
Haddad, no entanto, também espera um apoio formal do governador de São Paulo, Márcio França (PSB), que disputa a reeleição no segundo turno. O candidato afirmou que prefere manter a neutralidade.
A cúpula do partido acatou a vontade de França e do governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, que também disputa a reeleição no segundo turno. Os dois estão em Estados onde Bolsonaro tem amplo apoio e uma declaração pública a favor de Haddad poderia prejudicá-los.
"Decidimos que São Paulo e o DF poderão examinar suas coligações e definir qual posição irão querer adotar. Temos confiança absoluta neles e eles precisam ter liberdade para conduzir suas candidaturas", afirmou Siqueira.
Questionado sobre se um dos dois candidatos poderia acabar apoiando Bolsonaro, Siqueira repetiu que confia em seus correligionários. O PSB também disputa eleições regionais no Amapá, com João Capiberibe, e em Sergipe, com Valadares Filho.
Com informações de Estadão Conteúdo.