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Interdições no trânsito e confronto com a PM marcam manhã de protestos na Grande Vitória

Confira o resumo das manifestações na Grande Vitória contra o PL4330, mais conhecido como o projeto de lei das terceirizações, aprovado na Câmara dos Deputados na última semana

Durante a madrugada desta quarta-feira (15), os sindicalistas impediram a saída de ônibus em alguns terminais e garagens da Grande Vitória e bloquearam as principais entradas da capital capixaba em protesto contra a aprovação da Lei da Terceirização na Câmara dos Deputados. A manifestação é nacional e faz parte do Dia Nacional de Paralisação realizado por centrais sindicais.

Na Vila Rubim, em Vitória, a avenida Alexandre Buaiz foi completamente bloqueada pelos manifestantes na saída das Cinco Pontes. Na Segunda Ponte, em Jardim América, também houve bloqueio. Na Terceira Ponte, em Vila Velha, o trânsito no sentido Vitória também foi totalmente obstruído por sindicalistas.

Os pontos de ônibus e terminais permaneceram lotados, pois os poucos coletivos que conseguiram deixar as garagens das empresas no início da manhã acabaram ficando presos nos pontos de bloqueios de trânsito.Confira as imagens dos pontos bloqueados por manifestantes na Grande Vitória 

Poucos ônibus circulando

O terminal de Jacaraípe ficou vazio durante o protesto que fechou avenidas da GV Foto: Leitor WhatsApp Folha Vitória

A Companhia de Transportes Urbanos da Grande Vitória (Ceturb) informou que os coletivos não conseguiram circular nas ruas após manifestantes bloquearem os principais acessos da Grande Vitória. Segundo a Ceturb, linhas alimentadoras saíram das garagens e chegaram aos terminais. No entanto, a empresa afirmou que as linhas troncais, ônibus que passam pelos terminais, não conseguiram passar onde teve protesto.

Apesar da declaração da empresa, passageiros disseram ter encontrado dificuldades com o transporte. De acordo com uma leitora, muitos ônibus estavam circulando com placa “especial” e fazendo apenas o desembarque dos passageiros.

Liminar da Justiça proíbe fechamentos de vias da Grande Vitória

Homens da Polícia Militar foram deslocados durante a madrugada para os principais pontos de bloqueio da Grande Vitória na tentativa de cumprir a liminar concedida pela Justiça, na noite de terça-feira (14), que proíbe os sindicatos de fecharem os acessos à capital capixaba.

De acordo com a juíza Ana Cláudia Rodrigues de Faria Soares, “não houve qualquer comunicação prévia às autoridades estaduais quanto à realização do evento, muito menos comunicação à sociedade, o que impede o Poder Público de organizar o trânsito nas ruas e avenidas que serão afetadas e bloqueadas pelo movimento, situação que causará verdadeiro caos na Grande Vitória, prejudicando a massa populacional que circula diariamente nas vias públicas”.

A liminar determina multa diária de R$ 200 mil em caso de descumprimento da decisão judicial.

Confronto entre manifestantes e policiais da Rotam

Policiais e manifestantes entraram em confronto, por volta das 6h30, desta quarta-feira, na Ilha do Príncipe, durante o protesto realizado por sindicalistas nas proximidades da Rodoviária de Vitória. Com bombas de efeito moral e balas de borracha, os militares tentam cumprir a liminar concedida pela Justiça e desobstruir as vias. Por outro lado, os manifestantes revidaram a ação da polícia com pedras e pedaços de madeira. Muitos moradores e passageiros de ônibus que passavam pelo local acompanharam o confronto e sentiram os efeitos das bombas de efeito moral.

Secretário de Segurança diz que objetivo é garantir direito de ir e vir

O secretário estadual de Segurança do Espirito Santo, André Garcia, descartou excessos cometidos pela Polícia Militar durante as negociações com sindicalistas para o cumprimento da liminar da Justiça e para liberação do trânsito na Grande Vitória. “Estamos negociando desde o início da manhã, falando com todas as lideranças e informando que precisamos garantir o direito à manifestação e o direito de ir e vir do cidadão. Não podemos admitir, em um dia útil, o isolamento da capital”.

De acordo com Garcia, todo o efetivo dos batalhões de área e de unidades especializadas foi deslocado para os locais do protesto.

Trânsito liberado após quase três horas de protesto

Os manifestantes passavam pelo Centro de Vitória (Crédito: Reprodução/Facebook/Alexandre Braga/Utilidade Capixaba) Foto: Reprodução Facebook

Por volta das 7h45, os manifestantes começaram a liberar os pontos de bloqueio dos principais acessos à capital capixaba e seguiram em caminhada em direção à avenida Nossa Senhora da Penha, para a realização de um ato contra a Lei da Terceirização, em frente a Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes).

Como era esperado, foi formado um grande de congestionamento de veículos na Cinco Pontes, Segunda Ponte e Terceira Ponte, principais vias de acessos à Vitória. Na Segunda Ponte, três ônibus foram deixados com pneus furados, e o fluxo de veículos seguiu com lentidão na região da Ilha do Príncipe. Em Vila Velha, diversas ruas e avenidas dos bairros Praia da Costa e Itapuã ficaram completamente paradas.

Paralisação nacional

Diversas capitais do País amanheceram com manifestações contra o PL4330, mais conhecido como o projeto de lei das terceirizações, aprovado na Câmara dos Deputados na última semana. Protestos são registrados em São Paulo (SP), Porto Alegre (RS), Salvador (BA), Recife (PE) e no Distrito Federal.

A mobilização nacional, intitulada Dia Nacional de Paralisações contra o PL 4330, foi convocada pelas centrais sindicais CUT (Central Única dos Trabalhadores) CSP (Central Sindical e Popular) - CONLUTAS, CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), Nova Central e Intersindical (Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora). Há manifestações previstas também em Fortaleza (CE); Aracajú (SE); Teresina (PI); Campina Grande (PB); Natal (RN); Belém (PA); Curitiba (PR); Rio de Janeiro (RJ) e Belo Horizonte (MG).

A paralisação no Espírito Santo é apoiada por sindicatos ligados à CUT, movimentos sociais como Movimentos Pequenos Agricultores (MPA), Movimento Sem Terra (MST), Associação dos Docentes da Ufes (Adufes), Comissão da Verdade, Fórum Campo e Cidade. "Nossa intenção é que todo trabalhador diga não à PL 4330, é uma volta ao trabalho escravo", declarou a presidente da CUT – ES.

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