Polícia

Caso Richardelle: juíza tem cinco dias para decidir se decreta nova prisão para Christian

Ministério Público do Espírito Santo (MPES) enviou documento pedindo a prisão imediata de Christian Cunha levando em consideração a gravidade do crime

Christian Cunha foi liberado pela Justiça e pode aguardar julgamento em liberdade Foto: TV Vitória

A juíza que assinou a soltura de Christian Cunha, de 19 anos, acusado de ter matado a namorada Bárbara Richardelle, de 18, com golpes de escavadeira, tem cinco dias para responder ao pedido do Ministério Público do Espírito Santo (MPES) de revogação de liberdade do acusado.

Em documento enviado para a juíza nesta quinta-feira (29), o MPES alega que a justificativa feita pela juíza Paula Cheim Couto de que Christian possui residência fixa, é réu primário e não tem passagens pela polícia, não é maior do que se levar em consideração o crime cometido e a frieza do acusado, relatado pelo delegado Adroaldo Lopes, que investigou o caso.

"As razões de pedirmos a revogação da liberdade de Christian são as mesmas que o MPES deu há dois meses. Primeira razão é a gravidade do crime, depois vem a forma dissimulada dele que no dia do crime ajudou a família a encontrar o corpo, sendo que já sabia que ela estava morta", afirma o procurador de Justiça, Sócrates de Sousa.

O recurso que o MPES encaminhado à juíza é o chamado recurso em sentido restrito, no qual objetiva uma nova prisão do acusado. Paula Couto deve decidir se restabelece ou não a prisão preventiva de Christian Cunha.

Caso a juíza não decrete uma nova prisão, o documento do Ministério Público deve ser encaminhado ao Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), órgão máximo da Justiça no Estado.

"O que a juíza alegou para determinar a liberdade do acusado não são elementos suficientes para justificar que Christian saia da prisão. Inclusive, o pai do Christian foi muito lúcido ao afirmar que o filho ficaria mais seguro na prisão do que em liberdade, até porque vemos esses casos de justiçamento feito por populares", completa Sócrates.

À polícia, o acusado confessou o crime. Para o Ministério Público, esta é uma estratégia da defesa para diminuir a pena. Christian Cunha foi indiciado por homicídio triplamente qualificado por motivo fútil, asfixia e não dar chance de defesa para a vítima. A pena máxima é de 30 anos de prisão.

"Liberação aconteceu dentro da lei", diz pai do acusado

Em entrevista para a TV Vitória na noite da última quarta-feira (28), o pai de Christian Cunha, o microempresário Carlos Eduardo Azevedo, disse que a soltura do filho foi uma surpresa para a família. “Eu quero deixar claro que a liberação aconteceu dentro da lei. A liberdade provisória é boa, mas não ameniza o sofrimento da família. O chato é que estão dizendo que o dinheiro comprou isso, mão não foi. Eu trabalho muito para pagar meu aluguel, o meu filho trabalhava comigo, e isso não procede”.

E completou: “Eu também quero deixar claro que acredito que o melhor lugar para ele é preso, e eu falei isso para o meu filho. É o local mais seguro, porque não é matando e linchando o Christian que vão trazer a moça de volta”.

"É como se tivessem matado minha filha de novo", diz mãe de Bárbara

Fotos íntimas que vazaram na internet pode ter sido o motivo do fim de relacionamento que deixou Christian possesso Foto: Divulgação/TV Vitória

Em entrevista ao programa Espírito Santo no Ar, da TV Vitória/Record, a mãe de Bárbara Richerdelle, Selma dos Santos, se mostrou revoltada com a decisão da Justiça. "Eu fiquei tão revoltada que é como se tivessem matado a minha filha de novo. Foi a segunda pior noticia da minha vida. A primeira foi saber o que esse assassino fez com ela e agora ele está solto. Ele ficou dois meses e 18 dias na cadeia e está solto. Aqui se faz, mas não se paga", disse.

Pai defende prisão de filho e diz que o local mais seguro é na cadeia

Como a família de Bárbara não tem condições financeiras de contratar um advogado, Selma agora diz esperar a justiça divina. "Agora a gente tem que esperar a Justiça divina, porque ao menos nessa eu ainda estou confiando. Eu fico imaginando se esse juiz que assinou a soltura dele tem filho, porque amanhã pode acontecer com a filha dele", finalizou.

"Meu filho tem que pagar pelo crime", diz pai de jovem que confessou ter matado a ex-namorada

Confira a entrevista completa para a TV Vitória.

O crime

O corpo de Bárbara Richardele, de 18 anos, foi encontrado no dia 18 de março por moradores que passavam pela Avenida Darly Santos, em Vila Velha. O ex-namorado da vítima Cristian Cunha, de 19, confessou em depoimento ter matado a jovem.

Segundo a polícia, Cristian e Bárbara namoraram durante um ano e dois meses e terminaram 10 dias antes do carnaval. O motivo do crime seria o vazamento de fotos íntimas que a jovem mandou para o então namorado. O crime aconteceu na obra onde Cristian trabalhava, em Vila Velha. Após o crime, o rapaz resolveu ir ao outro lado da rua comprar um churrasquinho e um refrigerante, que teria comido ao lado do corpo.

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