Polícia

Advogado vai pedir à Justiça que comissário espanhol volte para Brasília

Jesús Figón já havia alegado ter sofrido ameaças por parte de familiares da cabeleireira Rosemay Justino Lopes, por conta do assassinato dela e gostaria de sair da capital capixaba

Jesús Figón disse ter sofrido ameaças por parte de familiares da esposa e gostaria de voltar para Brasília  Foto: Reprodução/Antônio Heredia/El Mundo Foto: Reprodução

O advogado do comissário do governo espanhol Jesús Figón, que confessou ter assassinado a esposa na última terça-feira (12), em Jardim Camburi, Vitória, vai pedir à Justiça que o acusado possa viajar para Brasília. O diplomata já havia alegado ter sofrido ameaças por parte de familiares da cabeleireira Rosemay Justino Lopes, por conta do crime.

Segundo o titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM), delegado Adroaldo Lopes, o advogado Walter Gomes Ferreira Júnior chegou a procurá-lo na delegacia para fazer o pedido. O espanhol atua na embaixada da Espanha em Brasília, mas estava de férias em Vitória.

"Eu falei que esse pedido não caberia a mim naquele momento. Até porque eu não posso dizer que ele pode ou não pode viajar. Então eu sugeri que el fizesse o pedido ao juiz da 1ª Vara Criminal de Vitória, que é onde o inquérito será entregue e o processo irá correr. Ele [Figón] é um homem livre como qualquer cidadão que está no território nacional em tempos de paz, como prevê a constituição", frisou Adroaldo.

O delegado disse ainda que já pediu as imagens de videomonitoramento de uma casa de striptease na Avenida Leitão da Silva, onde Figón e Rosemary teriam ido na noite do crime. Também foram solicitadas as imagens do circuito interno do prédio onde os dois viviam. 

"Ontem [sexta-feira] um policial que trabalha comigo foi lá na casa com um técnico que eu consegui, porque eles estavam com dificuldades em resgatar essas imagens. Os dois ficaram lá até tarde, mas eu não pude verificar se essas imagens foram capturadas. E estou tentando falar desde cedo com o investigador que foi ao local, mas ainda não consegui", disse Adroaldo. 

Com essas imagens, o titular da DHPM espera esclarecer se a vítima estava viva ou não durante a madrugada. O diplomata disse à polícia que o crime aconteceu por volta das 6 horas, mas peritos da Polícia Civil estimam que ele tenha ocorrido por volta das 23 horas do dia anterior, devido ao estado de rigidez do cadáver. Além disso, vizinhos relataram ter ouvido barulhos vindos do apartamento do casal nesse horário.

"Se tiver imagens dela viva dentro das 4 horas da manhã na boate, ou entrando no apartamento dela, vai ficar provado aquilo que eu venho dizendo desde o início, que na verdade a morte não aconteceu nesse horário que a imprensa vem divulgando, cerca de oito ou 12 horas antes. Se a gente conseguir essas imagens, vamos ter uma prova material de que ela estava viva nesse horário. Além do mais, eu tenho uma outra carta na manga, que eu estou guardando na investigação e que também poderá servir de prova de que ela estava viva nesse horário de 4 horas", disse Adroaldo.

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