Ex-vigilante passava por problemas psicológicos, diz família de homem que fez 19 reféns em banco de Cariacica
A polícia suspeita que ele tenha sofrido um surto psicótico e durante as negociações ele pedia para falar com os parentes. O homem atirou contra o próprio peito
O ex-vigilante Roberval Coutinho Barcelos, 39 anos, que fez 19 pessoas reféns dentro de um banco em Cariacica, passava por problemas psicológicos. De acordo com a família, esses problemas começaram após ele perder a mãe e ficar desempregado. A polícia suspeita que ele tenha sofrido um surto psicótico e durante as negociações ele pedia para falar com os parentes.
“Foram 19 reféns, entre funcionários do banco e clientes. Todos foram liberados sem ferimentos. Ele falava de uma irmã, da atual mulher e de uma ex-esposa. Ele alternava muito essas pessoas”, informou o coronel Pires.
Após quase seis horas de negociação, os reféns foram liberados, mas o homem atirou contra o próprio peito. “Nós estávamos a todo momento conversando com ele e tentando negociar, fazer ele se render. Ele estava com duas armas dos vigilantes. É triste, pois nós não sabíamos sequer onde ele estava localizado, mas ele efetuou um disparo contra o próprio peito e foi socorrido com vida pelo Samu”, disse o coronel.
De dentro do banco, o gerente Carolos Domingos Barcelos conseguiu fazer ligações e conversar com o filho. “Antes de desligar eu perguntei se ele estava brincando, mas ele disse que não brincaria com uma coisa dessas. Aí ele desligou, pois disse que não poderia ficar ligando. Eu entrei em contato com a minha família e corri para o local. A gente continuou conversando”, contou Leonardo Barcelos, filho do gerente.
Segundo o gerente, as pessoas estavam tranquilas dentro da agência. “Ele deu a entender que queria mesmo era cometer um suicídio. Nós ficamos o tempo todo tranquilo e ele disse que quem quisesse ir ao banheiro, beber água poderia. Também nos permitiu atender o celular e nós ficamos tranquilos esperando o desfecho da situação”, relatou o gerente.
O ex-vigilante foi socorrido por uma equipe do Samu e levado para o Hospital São Lucas, em Vitória, onde passou por uma cirurgia. Até o início da manhã desta quinta-feira (21) o estado de saúde de Roberval Coutinho Barcelos não havia sido informado.
Sequestro
O sequestro aconteceu no início da tarde da última quarta-feira (20) terminou por volta das 20h30. De acordo com a polícia, o ex-vigilante fez 19 pessoas, entre clientes e funcionários do banco, reféns depois de tomar a arma do segurança do local. Quando parecia que iria se entregar, ele atirou contra o próprio peito.
Era por volta das 16 horas, quando militares de equipes especializadas da Polícia Militar e até o helicóptero Hárpia do Notaer foram acionados ao local. Os trabalhos de negociação se estenderam por toda a tarde e início da noite. Militares da Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (Rotam) e do Batalhão de Missões Especiais (BME) isolaram toda a área de acesso à agência bancária. Por orientação de militares do Corpo de Bombeiros, os comércios próximos ao banco fecharam as portas por volta das 17 horas.
