JULGAMENTO DO CASO MILENA GOTTARDI

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Milena Gottardi: em julgamento, Valcir nega participação no crime e diz que apanhou de delegado

A expectativa é que Hilário Frasson seja ouvido ainda neste sábado

Foto: Reprodução

O julgamento do caso Milena Gottardi, assassinada em 2017, entra no sexto dia. Para este sábado (28), estão previstos o interrogatório de quatro réus. Hilário Frasson, ex-marido da médica, deve ser o último a ser ouvido.

A sessão foi retomada por volta das 10h40 deste sábado. O primeiro a ser interrogado é o réu Valcir da Silva Dias, apontado como um dos intermediários do crime.

Além dele, ainda passarão por interrogatórios os réus Hermenegildo Palauro Filho, também apontado como intermediário, e Esperidião Frasson, pai de Hilário, e um dos mandantes do crime, segundo investigação.

Durante interrogatótio, Valcir negou participação na morte de Milena e disse que apanhou do delegado para confessar o crime. Ele foi orientado a responder apenas as perguntas da própria defesa e dos jurados.

Valcir afirmou que nunca foi à uma delegacia durante toda a vida. Segundo ele, sempre trabalhou na roça e que fazia negociações de compra e venda de animais. 

Ele ainda afirmou que foi uma surpresa muito grande quando a polícia chegou em sua casa revirando tudo. "Eu tinha a intenção de me apresentar na delegacia, mas a polícia me pegou no meio da estrada".

O réu afirmou, ainda, que não devia nada e que foi procurar um advogado para receber orientações. Por este motivo, não foi logo na delegacia. "Estava no velório de um amigo quando os policiais foram na minha casa na primeira vez. Eu não tinha motivos para fugir e me esconder"

Ele relatou que esteve no Hucam para visitar um amigo, chamado Valdemar, que estava com câncer. No dia do crime, ele viu o Dionathas no local, mas não estranhou porque ele sempre estava por lá por causa da irmã que fazia hemodiálise.

"Não fui dirigindo ao hospital porque minha carteira estava vencida e eu estava com um problema nas vistas. No dia que fui visitar o Valdemar, pedi ao Judinho (Hermenegildo) para me levar. Por isso, estávamos lá no hospital"

Valcir ainda disse que sempre trabalhou com o Esperidião e que o pai trabalhou para a família dele. "Eu e ele fazíamos negócios direto com a venda e troca de animais"

Segundo o réu, quando foi levado para a delegacia, chegou a ser agredido pelo delegado para que houvesse uma confissão do crime.

"O delegado me colocou na viatura e botou meu irmão junto. Chegando na BR, ele mandou meu irmão descer e me trocou de viatura, me deixando com dois homens. Um deles era o que cara que estava aqui. Depois ligou pelo Whatsapp e mandou eu falar. Meu deu uns três tapas. Eu achei que fosse morrer. Lá na delegacia ele disse que o "canarinho ia cantar. Na delegacia o canarinho sempre canta", falei o que falei porque fiquei com medo", contou.

Atirador e apoio foram ouvidos na sexta-feira

O último a ser ouvido no quinto dia de julgamento foi Bruno Rodrigues Broetto, acusado como responsável por ceder a moto utilizada no assassinato da médica.

O depoimento durou pouco mais de uma hora. Ele voltou a afirmar que não sabia que a moto seria usada para matar a médica e que achou que seria feito um assalto.

Já Dionathas Alves Vieira, executor confesso da médica, chorou muito ao entrar no salão do júri e por diversas vezes pediu perdão à família de Milena Gottardi e também aos familiares dele.

O jovem contou que foi procurado por Valcir dois meses antes do assassinato, e que depois de aceitar a proposta, foi pressionado para agir logo. Durante o interrogatório, Dionathas confirmou que matou Milena e detalhou a dinâmica do crime.

Ele disse, por exemplo, que não viu nenhuma foto da médica antes do assassinato. Além das informações sobre as características dela, um galho de árvore foi colocado na frente do carro de milena para que ele pudesse identificar em quem atirar.

O rapaz ainda revelou que antes de cometer o crime recebeu a arma de Valcir e Hermenegildo enrolada numa meia. Os homens disseram para Dionathas não ter medo, porque ali os policiais eram eles.

O rapaz ainda contou que com a grande repercussão do caso começou a ser pressionado pelos dois intermediários, que pediam que ele fugisse para Minas Gerais. Ele preferiu ficar em fundão, onde morava, e afirmou que quando viu a polícia em sua casa já sabia que seria preso e confessou o crime.


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