Polícia

Em 9 dias, PMs se envolveram em 4 ocorrências violentas na Grande Vitória

Entre agressões e assassinatos, quatro situações violentas foram registradas e estão sendo investigadas pela Polícia Militar

Foto: Sesp / Arquivo Pessoal

Agressões e até assassinato envolvendo policiais militares chamaram a atenção da sociedade do Espírito Santo nas últimas semanas. Em nove dias, foram registradas quatro ocorrências violentas entre militares e populares nas ruas do Estado. 

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Os casos aconteceram em cidades como Serra, Vila Velha e em especial, em Jardim Camburi, Vitória, onde um policial militar de folga matou o músico Guilherme Rocha com um disparo à queima-roupa, após uma discussão em um condomínio.

Relembre os casos e o que aconteceu a cada um dos militares envolvidos nos conflitos.

Spray de pimenta em Jardim Tropical 

Durante a noite do dia 8 de abril, um policial fardado agrediu um auxiliar de limpeza de 25 anos com spray de pimenta, enquanto o homem aguardava na fila de uma distribuidora para comprar cigarro. O militar é um cabo da corporação

À época do ocorrido, o rapaz prestou queixa e foi orientado a seguir para a Corregedoria da PM, de acordo com informações do capitão Xavier, da Polícia Militar. 

A distância em que o produto foi utilizado contra a vítima também seria alvo de investigação, uma vez que o capitão aponta que o policial se aproximou demais do auxiliar para aplicar o spray. 

Por meio de nota, a Corregedoria da PM informou que um Inquérito Policial Militar (IPM) foi instaurado e o policial foi afastado das atividades operacionais.


Agressão em João Goulart

Já na noite de segunda-feira (17), um jovem foi agredido por um policial militar durante uma abordagem no bairro João Goulart, em Vila Velha. No momento da agressão, três rapazes conversavam na porta da casa de um deles quando foram abordados pelos policiais.

Durante a abordagem, o militar chegou a gritar para os jovens "Tira a mão da cintura. Vai tomar tiro, hein". Os três encostaram na parede e um dos policiais ficou ao lado com uma arma apontada para eles, enquanto o outro foi até o rapaz e o agrediu com um soco nas costas e outro na cabeça. 

A Polícia Militar informou que o denunciante compareceu no plantão da Corregedoria na terça-feira (18), alegando ter sofrido agressões físicas por militares de serviço em decorrência de uma abordagem policial, fato ocorrido por volta de 19h de segunda-feira (17), na Rua Amorim, bairro João Goulart, em Vila Velha.

"Enquanto Órgão Julgador, via de regra, a Corregedoria não se pronuncia acerca de investigações ainda em tramitação, e reitera o compromisso de apurar os fatos de forma isenta, legalista e técnica", finalizou a nota da PM. 


Assassinato em casa de shows de Vitória 

Na madrugada de domingo (16), um homem identificado como Eduardo Chaves Camilo, de 32 anos, foi morto na boate Gordinho Sambão, em Mário Cypreste, em Vitória. 

Além de Eduardo, uma segunda vítima, uma mulher que não teve o nome divulgado, foi baleada na perna direita e socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). 

Após os disparos, a Polícia Militar foi acionada e pelas câmeras de videomonitoramento conseguiram identificar o autor dos disparos, que seria um soldado da PM, que estaria acompanhado de outro militar durante a ação, o que resultou em uma investigação conjunta entre PM e Polícia Civil. 

"O caso encontra-se em apuração pela Polícia Civil, sendo acompanhado pela Corregedoria da PMES", informou a PM. 


Músico assassinado em Jardim Camburi 

Na última segunda-feira (17), o PM Lucas Torrezani, de 28 anos, matou o músico Guilherme Rocha, de 37, após uma discussão por conta de música alta no condomínio em que ambos moravam, em Jardim Camburi, Vitória

No momento do crime, o PM bebia com amigos na portaria do prédio e Guilherme foi pedir que abaixasse o som, uma vez que já era madrugada. O PM então sacou a arma e atirou no músico ali mesmo, que morreu no local. 

Ele afirmou que agiu em legítima defesa, o que foi descartado pela investigação e pelas próprias imagens de videomonitoramento, que mostram que Guilherme em momento algum ameaçou o PM. 

A Polícia Militar informou que, após expedido o mandado de prisão temporária pela Justiça, o policial se apresentou juntamente com o armamento utilizado, ao plantão da Polícia Civil, tendo sido adotadas as providências entendidas como pertinentes pelo delegado de plantão. 

Lucas Torrezani está preso no presídio militar. A Corregedoria aguarda o encerramento das apurações por parte da Polícia Civil para analisar a documentação e iniciar o procedimento administrativo.

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