Polícia

Suspeitos de assassinar casal no ES se identificavam como "Diaba" e "Satangozo"

Durante o crime, que aconteceu em janeiro deste ano, os assassinos atiraram mais de 30 vezes e ainda apedrejaram a cabeça das vítimas. Cinco pessoas foram presas

Foto: Reprodução | Polícia Civil
À esquerda, "Satangozo" e "Diaba", presos nesta quinta (26)

Na manhã desta quinta-feira (26) a polícia divulgou a prisão de cinco pessoas envolvidas em um duplo homicídio, ocorrido no bairro Carapebus, na Serra. As prisões aconteceram entre os meses de março e maio de 2022, e dois dos cinco presos se identificavam como "Diaba" e "Satangozo". Durante o crime, os assassinos atiraram mais de 30 vezes e ainda apedrejaram a cabeça das vítimas. 

O caso bárbaro aconteceu em janeiro deste ano. Taynara Faria de Souza, vulgo “Diaba”, 24 anos; Carlos André Costa Pimenta, vulgo “Satangozo”, 20 anos; Carlos Henrique de Souza de Jesus, vulgo “Péla”, 23 anos; João Paulo Américo dos Santos, 18 anos; e Floriano dos Santos Silva Neto, vulgo “Netão”, 22 anos, foram presos.

Eles são acusados de matarem um casal no dia 30 de janeiro. Na época, o crime chamou atenção dos moradores da região e também da polícia, que fez um cerco para caçar os suspeitos.

As vítimas do crime foram Asclepíades Vieira Soares Júnior, 31 anos, e Laís Paula de Souza, 25 anos. Eles eram um casal e viviam juntos há algum tempo. De acordo com testemunhas, Asclepíades tinha duas mulheres e todos moraram na mesma. A mulher, que na época do crime estava grávida de 4 meses, estava em casa na hora do assassinato, e nada tinha a ver com a confusão.

"O Asclepíades e a Laís tinham um mandado de prisão em aberto por roubo, praticado em João Neiva. Eles foram para o bairro Balneário Carapebus no mês de agosto de 2021 e, quando se instalaram naquele bairro, o Asclepíades passou a fabricar armas caseiras para os traficantes. Inclusive, teria fabricado uma espingarda calibre 12 e uma submetralhadora", disse o delegado Rodrigo Sandi Mori.

Na época do crime, Asclepíades trabalhava em uma oficina de lanternagem. No entanto, a polícia descobriu que, na verdade, o local era usado como fachada. Ele não era lanterneiro de carro, mas sim de armas. Fabricava as armas caseiras e distribuía para traficantes da região.

Em janeiro, no dia do crime, a informação era que Laís e Asclepíades estavam em um bar, onde uma confusão começou. Eles teriam brigado com traficantes da região. Alguns dias depois, eles foram perseguidos e mortos.

LEIA TAMBÉM: >> Mãe abandona bebê de 4 meses com morador de rua durante a madrugada em Cariacica

Execução e queima de arquivo

Após a conclusão das investigações, o delegado explicou qual a verdadeira motivação para o duplo homicídio.

"Dois dias antes do crime, o Asclepíades foi abordado pela Polícia Militar e, durante essa abordagem, ele entregou a residência de um casal de traficantes do Balneário de Carapebus para os policiais militares. Os traficantes descobriram essa situação, fizeram uma reunião e o Floriano determinou que o Asclepíades fosse morto. A Laís foi morta como queima de arquivo", afirmou o delegado.

Dentre os detidos, Floriano era o gerente do tráfico, que ficou chateado com Asclepíades e ordenou a morte. No dia do crime, o casal foi atraído para um pagode.

"Na madrugada do crime, as vítimas e alguns dos autores se encontraram em um pagode que acontecia em um bar e, durante o pagode, a Taynara e o Carlos André ficaram o tempo todo se passando por amigos do casal e distraindo eles dançando e oferecendo bebidas para que eles não desconfiassem que seriam mortos", disse o delegado.

Quem ficou no evento, dançando e bebendo, distraindo as vítimas, foi Taynara, a “Diaba”, e Carlos André, o “Satangozo”. De acordo com a polícia, a mulher também vigiou a rua para que o crime pudesse acontecer e o homem foi um dos executores.

Além deles, participaram da execução João Paulo, que já está preso, e Marlon Henrique Gonçalves de Oliveira, de 33 anos, o único foragido. Carlos Henrique, que também está preso, junto com a Diaba, cada um em uma esquina, vigiaram a rua para os assassinos agirem. 

LEIA TAMBÉM: >> Dono de loja de armas é preso por venda ilegal de armamento e munição em Vitória

De todos os cinco presos, o único que confessou que cometeu o crime foi Satangozo. Ele ainda contou com detalhes tudo o que aconteceu e entregou todos os amigos do tráfico. Todos os outros negaram a participaram.

Um detalhe que atraiu o olhar dos policiais foram as tatuagens de Satangozo e Diaba. Ele tem um fuzil atuado no rosto. Ela, além do fuzil, tem uma pistola com dizeres ameaçadores.

Marlon, que foi um dos executores, está foragido. Foi ele que pegou a pedra e acertou várias vezes a cabeça de Laís e Asclepíades. A polícia pede ajuda para capturá-lo. Todos outros cinco estão presos por homicídio qualificado por motivo torpe e impossibilidade de defesa das vítimas e também por associação criminosa.

Foto: Divulgação / Polícia Civil

*Com informações da repórter Marla Bermudes, da TV Vitória / Record TV


Pontos moeda