Polícia

Mais de 15 mil pessoas, entre alunos e professores, são afetadas pela violência na Grande São Pedro

A informação é do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado, Sindiupes. Na manhã desta terça-feira (28), uma escola em Nova Palestina não abriu as portas por causa da insegurança na região

Foto: Reprodução TV Vitória

Comunidades tem sido obrigadas a viver em meio ao fogo cruzado da guerra constante provocada pelo tráfico de drogas na região da Grande São Pedro, em Vitória. Nesta terça-feira (28), uma escola do bairro decidiu pelas aulas em versão "remota", exatamente por causa da insegurança desencadeada pela violência na região.

Nas últimas semanas, o caminho de casa pra escola, segundo moradores da região, tem ficado cada vez mais perigoso diante dos tiros disparados por criminosos, que podem acertar qualquer pessoa. Na "queda de braço" entre a violência e a educação, o ensino perde.

Segundo o representante do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado, Sindiupes, Aguiberto Lima, os alunos acabam impedidos de frequentarem as salas de aula para que não sejam expostos aos riscos. Com isso, acabam ficando em casa estudando de forma remota. 

Foto: Reprodução
Mensagem, avisando sobre a suspensão das aulas, enviada para os pais dos alunos da Escola Municipal Neusa Nunes Gonçalves

Na Escola Municipal Neusa Nunes Gonçalves, portas fechadas e salas vazias trancadas pela insegurança. A decisão foi informada aos pais nesta terça-feira (28) por meio de um aplicativo de mensagem. 

A direção informou ainda que vai se reunir nesta terça À noite para decidir como as aulas vão acontecer no restante da semana. Segundo o Sindiupes, representantes da escola, que está no meio do fogo cruzado do bairro, já vinham se manifestando a respeito da suspensão das aulas por causa da violência. 

O gatilho, ainda de acordo com o sindicato,  foi o flagrante de criminosos armados no pátio do colégio e usando drogas.

Mais de 15 mil pessoas, entre alunos e professores de escolas da Grande São Pedro, sofrem com os reflexos da violência

E não são só os alunos e funcionários dessas escolas que decidiram suspender as aulas presenciais, que sentem os reflexos da violência. As mais de 15 mil pessoas entre alunos e profissionais da educação das mais de 40 escolas que tem ali nos bairros que compõem a região da Grande São Pedro também sofrem, os reflexos da guerra do tráfico, afirmou Aguiberto.

Por meio de nota, a Polícia Militar informou que o policiamento no bairro Nova Palestina segue intensificado com militares em escala extra, além das equipes da Força Tática e Cimesp, que reforçam o policiamento com operações constantes de ponto base, ponto de bloqueio, saturação e cercos táticos, além do patrulhamento preventivo em toda a região.

A Secretaria de Educação de Vitória informou que as aulas presenciais não foram suspensas por orientação da administração. 

Veja a nota na íntegra:

"A titular da Seme, Juliana Rohsner, esteve presente em reunião do Conselho de Escola neste mês de setembro e, depois, houve outra reunião sobre segurança pública no auditório da Seme com alguns representantes da escola. Nesses encontros, a Seme reforçou a necessidade de manter a escola aberta, com aulas presenciais.
A Seme reforça, ainda, a parceria com a Secretaria Municipal de Segurança Urbana (Semsu). A Guarda Municipal tem estado presente nos horários de entrada e saída dos três turnos de aula na escola; obras de emergência nos muros já foram iniciadas; além de liberação do recurso para as emergências.
Para amanhã, as aulas presenciais estão mantidas, e a presença da Guarda Municipal será intensificada".

O último final de semana foi violento na região da Grande São Pedro. Um homem identificado como David Martins Julião, de 35 anos, foi morto a tiros no bairro São José. No tiroteio duas crianças acabaram baleadas. A de 10 anos foi socorrida e recebeu alta. 

Já a de 4 anos segue internada e o estado de saúde dela é estável. Um adolescente foi apreendido pela Polícia Militar suspeito de participar do crime.

Em Andorinhas, a violência e a guerra entre traficantes também afetam a rotina da comunidade

Ir pra escola, voltar da escola, estar na escola. Em todos os momentos sobra medo e falta segurança. Além da região da Grande São Pedro, uma outra escola, dessa vez em Andorinhas, resolveu fechar as portas para as aulas presenciais.

A EMEF Isaura Marques está com as aulas remotas. Nas janelas, as marcas de tiros ´e que explicam a ausência de professores e estudantes. Na rua ao lado do colégio, criminosos já deixaram bombas e mais medo pra quem precisa passar pela região.

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