Polícia

Três casos de famosas agredidas nesta semana expõem violência contra a mulher no Brasil

Dados do Instituto Igarapé apontam que ao menos 1,23 milhão de mulheres foram vítimas de violência no país, entre 2010 e 2017

Foto: Reprodução
Milena, Monick e Christina afirmaram nesta semana terem sido vítimas de violência doméstica

Três casos de agressões contra mulheres famosas ou casadas com alguma personalidade reconhecida nacionalmente vieram à tona nesta semana e escancararam a situação da violência contra pessoas do gênero feminino no Brasil. Ao expor publicamente seus dramas, elas mostram que o problema não atinge apenas mulheres anônimas e de classes sociais menos favorecidas, mas também aquelas que estão em evidência na mídia.

Nesta quarta-feira (18), o goleiro Jean, do São Paulo, foi preso nos Estados Unidos, acusado pela mulher, Milena Bemfica, de tê-la agredido durante uma discussão. Ele, a companheira e as duas filhas passavam férias na Flórida após o fim da temporada 2019. Por causa da acusação de agressão, o São Paulo Futebol Clube anunciou que rescindirá o contrato com o jogador.

Outro caso foi o da ex-participante do reality show "A Fazenda", da Record TV, Monick Camargo, que afirmou ter sido agredida pelo noivo, a três dias do casamento, porque se negou a participar de uma orgia. Em uma rede social, ela relatou que o então noivo, um empresário goiano que não teve o nome divulgado, teria levado-a a uma casa de prostituição e tentado obrigá-la a ter relações sexuais em grupo.

Além disso, a ex-modelo, apresentadora e musa dos anos 1990, Christina Mortágua, procurou a polícia no último domingo (15) para registrar um boletim de ocorrência contra o ex-namorado. Ela alegou ter passado por agressões físicas e abusos psicológicos durante quase dois anos de relacionamento.

Dados

Segundo dados da plataforma EVA (Evidências sobre Violências e Alternativas para Mulheres e Meninas), do Instituto Igarapé, ao menos 1,23 milhão de mulheres foram atendidas no sistema de saúde brasileiro vítimas de violência, entre 2010 e 2017. Ainda segundo o levantamento, o agressor é, em 90% dos casos, uma pessoa próxima da vítima — 36% das vezes, o próprio parceiro.

O mesmo estudo apontou que 38,9% das mulheres agredidas são jovens com idade entre 15 e 29 anos. O estado que teve o maior número de registros de violência contra a mulher, em 2017, foi São Paulo, que concentrou 26% do total. O Espírito Santo foi o nono do ranking, com 2,2% dos casos.

A plataforma foi lançada no final do mês passado para registrar esse e outros tipos de agressão e contribuir para a implementação de políticas públicas de combate ao crime contra a mulher.

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