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Polícia descarta latrocínio e acredita que assassinato de comerciante em Cariacica foi execução

Suspeito de ter efetuado o disparo que matou Ismael Rocha, no último domingo, foi apresentado nesta quinta pela Polícia Civil. Ele foi autuado por homicídio consumado e tentado

Manoel Sérgio foi apresentado pela polícia, nesta quinta-feira, na DCCV de Cariacica Foto: TV Vitória

A polícia concluiu que o assassinato do comerciante Ismael Rocha, de 38 anos, ocorrido no último domingo (09) dentro da distribuidora de bebidas dele, em Nova Rosa da Penha I, Cariacica, não foi latrocínio - roubo com morte. Segundo o delegado Marcelo Cavalcanti, da Delegacia de Crimes Contra a Vida (DCCV) de Cariacica, Ismael foi vítima de um crime de execução.

Nesta quinta-feira (13), o suspeito de ter efetuado o disparo que matou o comerciante, Manoel Sérgio Oliveira Piontkoosky, de 23 anos, foi apresentado pela Polícia Civil. Ele foi detido horas após o crime, em uma unidade de saúde. O suspeito foi ao local, já que também havia sido baleado durante a ação.

Manoel foi atingido com um tiro no abdômen e um na perna. Além disso, ele precisou enfaixar os dois joelhos, por conta da luta corporal com o comerciante. Segundo a polícia o suspeito já possui várias passagens pela Justiça, inclusive por balear um menor de idade, quando Manoel ainda era adolescente.

De acordo com Marcelo Cavalcanti, a motivação do crime ainda está sendo investigada. Manoel foi autuado por homicídio e tentativa de homicídio, já que o filho do comerciante, um adolescente de 15 anos, também foi atingido com um tiro.

"Atualmente a Polícia Civil trabalha com a hipótese de duplo homicídio, sendo um consumado e um tentado, em que foram vítimas pai e filho, infelizmente dentro do próprio estabelecimento comercial", ressaltou o delegado.

Câmeras de videomonitoramento do estabelecimento flagraram a ação dos criminosos Foto: Reprodução

De acordo com a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), Manoel Sérgio já estava preso e cumprindo pena em regime semiaberto. No entanto, ele foi solto no último dia 6, por decisão da Justiça, beneficiado pela saída temporária para o Dia dos Pais.

O delegado responsável pelo crime do último domingo lamentou o fato de o suspeito ter se aproveitado da liberdade condicional para matar um pai de família, em uma data que deveria ser especial.

"Infelizmente ele utilizou o benefício, que seria para que ficasse com a família comemorando o Dia dos Pais, justamente para assassinar um pai. A Polícia Civil está investigando e trabalhando no sentido de qualificar essas pessoas, para dar a efetiva resposta que a sociedade tanto deseja, que é a prisão dessas pessoas", destacou.

A polícia agora busca as armas utilizadas no crime e os outros três suspeitos de envolvimento no homicídio, que continuam foragidos. Quem tiver algum informação que ajude na prisão dos suspeitos, deve entrar em contato com o Disque-Denúncia, pelo número 181. Não é preciso se identificar.

O crime

Ismael Rocha foi morto após entrar em luta corporal com um dos quatro criminosos que invadiram sua distribuidora de bebida, no último Dia dos Pais. A intenção dele era proteger o filho, que é deficiente físico e estava no estabelecimento no momento do crime. No momento da luta, os outros três assaltantes fugiram a pé. Toda a ação foi registrada por câmeras de videomonitoramento da distribuidora.

O comerciante foi atingido por três tiros, que teriam sido efetuados por Manoel. Ele foi socorrido por vizinhos e levado para o PA de Itacibá, mas não resistiu.

O filho da vítima, na tentativa de salvar o pai, pulou em cima de Manoel, que havia permanecido no estabelecimento. A arma disparou e o adolescente foi atingido de raspão no abdômen. Também baleado, o suspeito fugiu em direção oposta aos comparsas. 

Em seguida, ele teria cometido mais um crime: parou um carro, dizendo que havia sido assaltado, e pediu socorro. Só que depois, com uma arma, o criminoso obrigou o motorista a levá-lo para o hospital, onde acabou sendo preso. Os outros três assaltantes continuam soltos.

Ismael deixou três filhos, entre eles o adolescente de 15 anos. Segundo a família, o comerciante era um homem trabalhador, que de domingo a domingo estava na distribuidora para garantir o sustento da esposa e dos filhos.

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