Em entrevista à TV Vitória, Casagrande destaca transparência no governo e investimento em saúde

A TV Vitória realizou nesta quinta-feira (7) a quarta entrevista da série com os candidatos ao Governo do Estado. O entrevistado desta quinta-feira foi o governador Renato Casagrande (PSB), candidato à reeleição.

Casagrande afirmou que o seu governo é o mais transparente do País e destacou os investimentos que fez em saúde, como a construção do Hospital Jayme Santos Neves e o repasse de verba para os municípios.

Na segunda-feira (4) o entrevistado foi o candidato Mauro Ribeiro (PCB) e na terça-feira (5) foi a vez do candidato Paulo Hartung (PMDB) conceder entrevista. Na quarta-feira o entrevistado foi o petista Roberto Carlos. Nesta sexta-feira (8), a TV Vitória  faz a última entrevista da série com a candidata Camila Valadão (PSOL).

Renato Casagrande nasceu em dezembro de 1960, no interior do município de Castelo. É casado e pai de dois filhos. Casagrande é formando em Engenharia Florestal pela Universidade Federal de Viçosa e bacharel em Direito pela Faculdade de Direito de Cachoeiro de Itapemirim. De 1984 a 1987 foi secretário de Desenvolvimento Rural da Prefeitura de Castelo. No ano de 1987 filiou-se ao PSB. Em 1994 foi eleito vice-governador do Estado na chapa de Vitor Buaiz e assumiu a Secretaria de Agricultura em 1995. De abril de 1999 a outubro de 2001 foi secretário de Meio Ambiente da Serra. Em 2002 foi eleito deputado federal e em 2006 Casagrande foi eleito senador. Em 2010 teve 82,3% dos votos válidos e se tornou governador do Estado. Ele tenta neste ano a reeleição. 

TV Vitória: Por que mais quatro anos? 

Renato Casagrande: Pelos resultados, pelo modelo de gestão. Pelos resultados conquistados num momento de muita dificuldade econômica mundial, dificuldade econômica no Brasil. Num momento difícil de governar, mas que nós conquistamos, com a apoio da população. Resultados expressivos na área de infraestrutura, os maiores investimentos da história deste Estado na área de infraestrutura. Aplicações recordes na área de segurança pública; de saúde; de educação; de redução da pobreza. Resultados que permitiram que nós pudéssemos aliar o econômico com o social, fazendo com que houvesse distribuição de renda, gerando oportunidade, governando com democracia, sem concentração, com diálogo permanente com a sociedade e implementando neste Estado um modelo respeitoso com a sociedade capixaba. E por isso que nós estamos buscando ter continuidade, o direito de dar continuidade ao projeto que eu iniciei.

TV Vitória: A atual gestão do senhor faz parte de uma composição política que governa o Estado há 12 anos. Neste pleito, essa composição se separa. O que muda daqui pra frente?

RC: Muda, da minha parte, a fase de que nós temos que fazer comparações e apresentar cada vez mais os resultados. Da minha parte, eu serei sempre respeitoso com aquilo que nós fizemos neste Estado nesse tempo e com aquilo que estou fazendo neste momento, liderando o Espírito Santo. Mas é fundamental, que no momento que a gente disputa com o governo passado,  nós possamos apresentar meu perfil, perfil pessoal, porque as pessoas também desejam conhecer o perfil de cada candidato e muita gente quer saber como esse candidato se comporta. Se é acessível ou não é, se tem humildade ou se não tem, se tem competência ou se não tem. Muda do meu lado porque eu preciso, de fato, mostrar para a sociedade cada vez mais esses resultados, comparando com o passado. O que muda, na verdade, é apresentação de resultados objetivos nesses três anos e meio que nós governamos, neste quatro anos que estamos governando e queremos governar o Estado do Espírito Santo. Mas o meu compromisso com a sociedade é o mesmo. Eu trabalhei permanentemente pra que a gente pudesse ter uma unidade forte neste Estado, colocando o Estado como prioridade. Infelizmente não tivemos isso de outras lideranças do Estado do Espírito Santo.

TV Vitória: Em maio, em uma reunião, o senhor conseguiu apoio de cerca 80% dos prefeitos capixabas, apoio, aliás, firmado por assinaturas. O que mudou nessa composição após o início da campanha?

RC: Não mudou muita coisa. Eu continuo com o apoio de muitos prefeitos, de muitos ex-prefeitos, de muitos vereadores, de muitos vice-prefeitos, de muitas lideranças da sociedade, porque neste tempo em que eu governei, eu governei respeitando os municípios, fortalecendo os municípios. Se está difícil nós governarmos o Estado pela crise mundial e crise brasileira, os municípios estão sofrendo muito. Eu fiz um trabalho de apoio aos municípios, de aporte, de recursos aos municípios, um trabalho que também nunca tinha sido feito neste Estado. Não perguntei se o prefeito era do PSDB ou do PT ou do PMDB ou do PSB, ou de qualquer outro partido. Eu ajudei os municípios de acordo com a necessidade e é por isso que, prefeitos ou não, eu tenho hoje um conjunto de lideranças que apóiam esse projeto, que é um projeto que estabeleceu esse modelo novo e diferenciado de governar, onde o ser humano, a família, está sendo considerado de forma objetiva nas ações do governo.

TV Vitória: O senhor tem usado sistematicamente uma expressão sobre o passivo social. Como o senhor explica esse déficit na área da saúde de quase seis mil leitos?

RC: Nós estamos pagando parte desse passivo. De fato, nós chegamos ao governo, nós fizemos essa aliança do econômico com o social. Fizemos e fazemos um trabalho importante na área econômica, desenvolvendo esse Estado, atraindo investimentos, incentivando os investimentos no Estado, mas colocamos o social como uma prioridade. Na área de saúde, por exemplo, nós já estamos fazendo transferência de recursos para os municípios para a atenção primária para funcionar a Unidade de Saúde. Não estamos propondo para o próximo governo fazermos isso, nós já fazemos desde o ano passado, repassando R$ 43 milhões aos municípios para atender a pessoa que vai no posto de saúde. Estamos ampliando os Centros Regionais de Especialidades para que a gente possa ampliar o serviço de consultas e exames mais complexos. E nós já abrimos 1260 novos leitos hospitalares. Pela primeira vez, meus amigos, minhas amigas, depois de 30 anos, o Estado abre um hospital, o Hospital Jayme Santos Neves. Agora em setembro vamos abrir um outro hospital, o Hospital São Lucas. Abrimos o Jayme lá na Serra, mas mantivemos o Dório Silva funcionando. Vamos abrir o Hospital São Lucas aqui em Vitória, mas vamos manter o HPM funcionando. Nós dobramos o investimento na área de saúde, porque assumimos um governo com passivo social nessa área e a população capixaba, a população brasileira, deseja esse investimento. Ainda não estamos na posição que nós precisamos e que a população capixaba merece, mas nós já avançamos muito e vamos avançar ainda mais nesses próximos quatro anos.

TV Vitória: A Transparência Capixaba enviou uma pergunta: quais ações concretas que o senhor fez até o momento e o que pretende realizar para combater a corrupção e promover a ética? 

RC: Nosso Estado conquistou agora, da entidade ONG Contas Aberta, o estado mais transparente do Brasil. Um estado que tem um Portal da Transparência, que dá informação, que faz audiências públicas, que combate a corrupção com veemência. Você não vê nenhuma denúncia de corrupção contra o nosso governo. Um Estado que trabalha efetivamente para respeitar o dinheiro da população, respeitar o cidadão. É isso que nós estamos fazendo. Eu fiquei muito orgulhoso de ser o Estado mais transparente do Brasil porque a transparência evita desvio. É o remédio que mata o germe da corrupção e nós estamos trabalhando pra que a gente possa ter cada vez mais intolerância com desvios na administração pública.

TV Vitória: Do facebook do Jornal da TV Vitória, pergunta de Shirley de Lima: com relação à mobilidade urbana, se a Quarta Ponte realmente sairá do papel e sobre o aquaviário... 

RC: O aquaviário publica amanhã. É até uma notícia importante. O edital da audiência pública, o projeto do aquaviário, estará em consulta pública durante 30 dias, está no processo já de contratação do aquaviário. Do mesmo jeito, a Quarta Ponte. Nós fizemos o projeto da Quarta Ponte. Fizemos o trabalho para contratar uma obra grande como essa, assim como o BRT. Implantamos um programa de mobilidade metropolitana que não existia no Espírito Santo e a Quarta Ponte está em processo de licitação. Pela primeira vez a Grande Vitória tem investimento no valor de R$ 4 bilhões. É por isso que estou aqui, mais uma vez, com todo respeito, com toda a humildade, pedindo à população capixaba que me dê a oportunidade de continuar exercendo esse trabalho, continuando esse projeto que estamos implantando hoje no Estado do Espírito Santo.