helio dórea - 65 anos de colunismo diário

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Do sonho de cursar medicina nasce uma trajetória de sucesso

Conheça mais sobre a história de Helio Dórea, um dos mais importantes contadores de histórias do Espírito Santo, no Caderno Especial que celebra os seus 65 anos de colunismo diário

Gustavo Fernando

Redação Folha Vitória
Foto: arquivo pessoal
Helio Dórea com sua primeira máquina de escrever, recuperada e presenteada por amigos de fé ao completar 30 anos de colunismo

Quem hoje vê a trajetória de sucesso de Helio Dórea, o maior colunista social do Espírito Santo, e que neste ano completa 65 anos de carreira, pode se surpreender que tudo tenha começado lá na cidade de Feira de Santana, na Bahia. Um dos oito filhos de Miguel da Fonseca Dórea e Maria de Oliveira Dórea, o “baiano”, como é carinhosamente chamado pelos amigos, nasceu em 26 de abril de 1931. E apesar de sua atuação no jornalismo se cruzar com a história do Espírito Santo, o grande sonho do jovem Helio de Oliveira Dórea era ser médico.

Como o pai era um competente homem de negócios, pode proporcionar para ele, e mais três irmãos, a oportunidade de dar prosseguimento a vida acadêmica em Salvador. Lá, cursou um ano de Farmácia, mas abandonou ao perceber que não tinha muito jeito para a coisa. Logo depois tentou o vestibular de Medicina, mas, por uma daquelas ironias do destino, acabou não passando. Mal sabia ele que daquele momento de frustração nasceria uma linda história de vida e sucesso profissional.

Foto: arquivo pessoal
Casa da família em Feira de Santana(BA),  construída pelo seu pai Miguel Dórea, onde todos os irmãos Dórea nasceram

E sabe como isso começou? Com o convite de Arivaldo Mota, um grande amigo de infância. Durante um encontro em Salvador, Arivaldo, que estudava engenharia no Espírito Santo, falou das belezas das terras capixabas e da possibilidade de Helio cursar Odontologia em Vitória, e assim, após um ano, pedir transferência para Salvador. Dessa forma, ele não teria que perder um ano de estudo aguardando um novo vestibular para medicina. Convite feito, convite aceito. Claro, com o apoio da família, que teria que custear a viagem e a hospedagem. Assim partiu Helio, de terno branco, todo engomado, com destino ao aeroporto de Vitória. E logo que chegou, no dia 26 de janeiro de 1953, já se deparou com uma das principais marcas registradas da capital capixaba: o vento sul.

Foto: arquivo pessoal
                                                       Aeroporto de Vitória na década de 1950

Enquanto procurava um táxi, com destino a rua Duque de Caxias, número 157, no Centro de Vitória, foi perguntado por um cidadão, de uma forma muito simpática, o que tanto procurava. E, por uma nova coincidência, Helio descobriu que aquele jovem conhecia a pensão na qual ele iria morar e também era amigo de Arivaldo. Foi assim que Helio descolou uma carona e conheceu Gilberto Abaurre, o primeiro capixaba com que fez amizade.

Foto: arquivo pessoal
Dia da formatura em Odontologia, na Faculdade de Odontologia do Espírito Santo

No meio do caminho, entre o aeroporto e o Centro da capital, o novo amigo perguntou se Helio gostava de uma festa. Como bom baiano a resposta dificilmente poderia ser outra: ‘Festa é o meu fraco’. E assim surgiu o convite: “No dia 31 haverá uma festa no Palácio do Governo e você será o meu convidado”. Imagine só, mal havia chegado ao Espírito Santo e já iria participar de um evento no Palácio Anchieta. Foi assim que Helio conheceu o governador Jones dos Santos Neves, a esposa Dona Aldinha e mais um monte de gente bacana.

No outro dia, logo cedo, fez questão de ligar para casa e falar com os irmãos: ‘Que terra é essa! Tem uma semana que cheguei e já fiquei amigo do governador’. Apesar de adorar uma festa, e estar encantado com a cidade, temos que lembrar que Helio veio ao estado para estudar, e ele não esqueceu disso não. Passou em Odontologia pela Faculdade de Odontologia do Espírito Santo, hoje integrada à Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), onde se formou em dezembro de 1955.

Foto: arquivo pessoal

E para demonstrar que estava mesmo focado na profissão, montou, com a ajuda do pai, um consultório em Vitória, onde atuou durante 8 anos. Neste tempo, também foi dentista da fábrica de Chocolates Garoto e do Sesi. Mas, como sabemos, essa história iria passar por uma grande transformação. 

Helio Dórea- 65 anos de Colunismo Social

Conheça mais sobre a história de Helio Dórea, um dos mais importantes contadores de histórias do Espírito Santo, a partir de dez reportagens do Caderno Especial. Em 2020, Helio completa 65 anos de colunismo diário. 

Nada é por acaso: o convite para escrever no jornal "O Diário" - Confira a segunda reportagem da série
Um novo jeito de fazer colunismo social: 41 anos de muitas histórias- Confira a terceira reportagem da série

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