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Mergulhador do ES retirava droga de navio e morreu após problema em equipamento, diz PF

O mergulhador capixaba era investigado por uma operação internacional de combate ao tráfico de drogas. Ele morreu afogado na terça-feira (10), na Austrália

Foto: Divulgação / Polícia Federal

A morte do mergulhador capixaba suspeito de envolvimento no tráfico internacional de drogas foi causada por problemas no equipamento de mergulho. Segundo a Polícia Federal, a vítima estava retirando drogas do casco de um navio quando se afogou, em Newcastle, na Austrália.

O substituto do chefe da Força de Segurança Pública do Espírito Santo, Victor Baptista, explicou que além do mergulhador que morreu na terça-feira (10), outro capixaba teria envolvimento no esquema.

"Dois capixabas foram identificados participando dessa empreitada criminosa. Um desses capixabas foi encontrado morto em território australiano. Ele estava retirando drogas dos cascos de navios e teve algum problema com aparelho de mergulho e veio a óbito", disse o delegado.

Segundo a Polícia Federal, o capixaba foi localizado por moradores da região nas imediações do porto local. A vítima estava inconsciente, com roupas e equipamentos modernos de mergulho. Ele chegou a ser socorrido, mas não resistiu.

Próximo ao mergulhador, as autoridades locais encontraram pacotes impermeabilizados com 54 kg quilos de cocaína, avaliados em milhões de reais.

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A partir da morte do homem e de outras informações colhidas nas investigações que já acontecem há um mês, a polícia australiana conseguiu encontrar mais 50 kg da droga na estrutura de um navio aportado na região.

Tráfico internacional: mais de 280 kg foram apreendidos na Austrália e na Indonésia

O grupo criminoso começou a ser investigado em 10 de abril. No princípio, a ação buscava identificar um mergulhador profissional do Espírito Santo que teria sido contratado por traficantes internacionais para colocar cocaína no casco de um navio que seguiria para o exterior.

Policiais federais e rodoviários federais, guardas municipais de Vitória, Vila Velha e da Serra, além da cooperação internacional com a Agência Antidrogas dos Estados Unidos (DEA), policiais cataris, indonésios e australianos participam da investigação do caso

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O mergulhador capixaba foi identificado, mas ele já havia deixado o Brasil. Segundo a polícia, ele fugiu para o Catar. Os agentes das forças de segurança locais foram avisados e começaram a monitorar o homem.

Os investigadores descobriram que outro capixaba se uniu ao suspeito investigado. Os dois compraram bilhetes para Bali, na Indonésia, e mudaram novamente de país.

Suspeitos de envolvimento em tráfico internacional foram monitorados 

Com apoio da DEA (Drugs Enforcement Administration), uma estrutura de vigilância foi montada no aeroporto de Bali. Os agentes identificaram onde a dupla estava hospedada.

Uma semana depois, segundo as investigações, os homens embarcaram no veleiro de um francês, acompanhados de dois tripulantes australianos. O grupo seguiu em direção a Austrália.

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Ainda segundo a Polícia Federal, não foi possível realizar o acompanhamento do veleiro em alto mar por conta da logística necessária. No entanto, no mesmo período, os oficiais indonésios perceberam que um cargueiro havia desligado o equipamento que permite acompanhar a localização dos navios, Automatic Identification System.

A manobra incomum chamou a atenção das autoridades locais. Uma equipe foi ao ponto onde havia sido registrado a última localização da embarcação e encontrou uma carga de 179 kg de cocaína submersa e amarrada em uma boia marítima.

Capitão do veleiro foi preso

O veleiro foi abordado pela Polícia Federal da Austrália, em Darwin. Na embarcação, apenas um dos tripulantes australianos foi encontrado, o capitão James Blee. Ele acabou preso.

O filho do capitão, o segundo tripulante e o outro capixaba ainda não foram localizados. De acordo com a Polícia Federal, em breve, os nomes dos suspeitos serão divulgados e colocados na lista de foragidos internacionais da Interpol.

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