Polícia

Caso Ramona: MPES pede prisão de motorista envolvido em acidente que matou universitária

Em março de 2020, na Avenida Carlos Lindenberg, em Vila Velha, Wilker Wailant conduzia um veículo em alta velocidade, sob influência de álcool

Foto: Reprodução / Instagram

O Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), por meio da Promotoria de Justiça Criminal de Vila Velha, recorreu ao Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo (TJES) da decisão que negou o pedido de prisão preventiva de Wilker Wailant, motorista envolvido em acidente que matou a universitária Ramona Bergamini Toledo, na Avenida Carlos Lindenberg, em Vila Velha

Veja o recurso

O condutor foi denunciado pelo MPES pelos crimes de homicídio e tentativa de homicídio duplamente qualificado e por condução de veículo com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool.

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Em março de 2020, Wilker conduzia um veículo em alta velocidade, sob influência de álcool na Avenida Carlos Lindenberg, em Vila Velha. Ele atingiu a moto pilotada por Ramona Bergamini Toledo. A jovem de 19 anos morreu em razão das lesões causadas pela colisão.

Ele perdeu o controle da direção do veículo, passou sobre o canteiro central da via e invadiu a pista contrária, atingindo um poste semafórico, um ônibus, um automóvel e a motocicleta pilotada por Ramona. Wilker chegou a ser preso em flagrante no dia do acidente, mas a prisão foi revogada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). 

Após as colisões, Wilker se recusou a soprar o bafômetro, mas segundo denúncia do MPES, apresentava hálito etílico e sinais visíveis de embriaguez. Para o MPES, o motorista, ao conduzir um veículo em alta velocidade e estando sob influência de álcool, utilizou-se de meio que sabia que poderia gerar perigo comum, expondo a risco um número indeterminado de pessoas, incluindo motoristas e pedestres que transitavam ou estavam próximos à via, além dos passageiros do ônibus também atingido na colisão. 

Veja a denúncia

O recurso ministerial sustenta que, após o cumprimento de diligências requisitadas pelo MPES para a apuração do ocorrido, verificou-se que os elementos colhidos, muitos deles depois da decisão do STJ, apontaram para a ocorrência de delitos dolosos e hediondos. Com isso, o próprio STJ, além de outros tribunais, inclusive o Supremo Tribunal Federal (STF), admitem a decretação da prisão preventiva, diante da gravidade do caso.

Para o MPES, a gravidade ficou evidentemente configurada, porque Wilker praticou dois homicídios qualificados, um deles consumado, e expôs a risco várias pessoas, com sua conduta. O recurso sustenta, ainda, que a gravidade é constatável não somente porque o motorista dirigiu sob influência de álcool, conforme comprovado pelas provas dos autos, inclusive depoimentos transcritos, mas também em razão da análise do estado dos veículos envolvidos.

Jovem estudava fisioterapia e trabalha com entregas

Ramona era natural da cidade de Pancas, no noroeste do Espírito Santo, e filha única. Segundo a mãe, a jovem estava a 200 metros de casa no momento do acidente.

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Ela cursava fisioterapia e se preparava para participar da cerimônia para entrega dos jalecos, representando o compromisso com "a formação profissional ética e responsável, estabelecido no ingresso à instituição de ensino superior e finalizado com o título de bacharel".

Além dos estudos, a jovem trabalhava realizando entregas por aplicativo.

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