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Professores e Governo não entram em acordo e greve continua na rede estadual

Governo e professores não avançaram e greve segue por tempo indeterminado Foto: Divulgação/Sindiupes

Terminou sem grandes avanços a reunião entre o governo do Estado e o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Espírito Santo (Sindiupes) na tarde desta terça-feira (13), em Vitória. A reunião teve a presença de 12 representantes do sindicato, oito do governo e três representantes do Ministério Público Estadual (MPE), que media as negociações.

De acordo com o diretor do Sindiupes, Gean Carlos Nunes, a reunião, que durou quatro horas, mostrou uma posição relutante do governo. "Foi muito tempo de conversa e nada foi decidido. Não houve sequer um avanço. Nem na questão da reposição salarial nem na questão do voto direto para diretor das escolas. São 11,5 mil professores que estão na lutando por uma mudança que parece não ter nenhuma movimentação das autoridades", diz Nunes.

De acordo com o Secretário de Estado da Educação, Klinger Barbosa, a reunião desta tarde foi "franca" e que buscou "pontos de convergência" entre governo e categoria. "A reunião foi bem franca e reuniu, só do governo do Estado, a Procuradoria Geral, a Sedu e a Seger, além do Ministério Público do Estado. Porém existem limitações da própria Justiça com algumas reivindicações dos professores. A questão do reajuste salarial e a reposição inflacionária é algo que sai do nosso alcance porque cabem ao âmbito jurídico", afirma.

Uma nova reunião vai acontecer a partir das 8h30 desta quarta-feira (14) entre os professores, Ministério Público e representantes do governo do Estado.

Reivindicações

A pauta de reivindicações dos professores estaduais em greve possui 14 pontos. Dentre eles está a reposição inflacionária na folha de pagamento, aumento no auxílio alimentação, além de mais investimentos do governo na área da educação.

O ponto que gera mais atrito entre governo e categoria é a reposição inflacionária. Os professores pedem, pelo menos, o aumento de 5,91%, o que corresponde à inflação calculada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). No início do ano, o governo concedeu aumento de 4,5% e diz que não tem como conceder aumento devido à lei eleitoral que proíbe o governo de conceder aumento seis meses antes das eleições.

Os protestos

Têm sido frequentes as manifestações dos professores estaduais em greve, normalmente após assembleias e no início da tarde. Os protestos acontecem principalmente em Vitória, mas também há registros de manifestações no interior do Estado. No último protesto, 700 professores saíram em passeata na sede do Sindicato dos Bancários, ao lado do colégio Salesiano, em Vitória, até a sede da Secretaria de Educação do Estado do Espírito Santo (Sedu).

Cronologia da greve

>> Em março, a categoria entregou uma pauta de reivindicações aos deputados estaduais. Os professores exigem o cumprimento da lei do piso, carreira e jornada; investimento dos royalties de petróleo na valorização da categoria; votação imediata do Plano Nacional de Educação e a destinação de 10% do PIB para a educação pública; e contra a proposta dos governadores de reajuste do piso somente pelo índice da inflação.

>> No dia 17 março, um protesto realizado pelos professoresterminou em conflito com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), na Serra. Os docentes foram às ruas pedir mais valorização da classe. A polícia exigia que os professores ocupassem apenas uma faixa da via. Com a recusa do grupo, a polícia usou spray de pimenta e gás lacrimogêneo.

>> No dia 18 de março, mais de 5 mil professores se reuniram em frente à Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales) em uma nova manifestação. Os manifestantes atravessaram a Terceira Ponte e, em seguida, foram para o Hortomercado, em Vitória, onde se reuniram com profissionais de diversos municípios capixabas.

>> Em 8 de abril, após uma assembleia, os profissionaisdecidiram entrar em greve e pararam o trânsito. Eles se concentraram na Praça Getúlio Vargas, na Capital, e seguiram em caminhada até o Palácio Anchieta.

>> No dia 22 de abril, a categoria se reuniu com o governo do Estado para discutir as pautas de reivindicações dos professores. A reunião não chegou a nenhum acordo. O Sindiupes diz que o governo não apresentou nenhuma proposta para o fim da paralisação.

>> Na quarta-feira (23), a categoria decidiu em assembleia que a greve continua por tempo indeterminado. De acordo com a Secretaria de Estado da Educação, cerca de 70% das escolas estaduais estão sem aulas com a paralisação dos professores.

>> Em 29 de abril, os professores realizaram uma nova assembleia onde foi decidido que a greve continua por tempo indeterminado e um novo protesto aconteceu. A manifestação reuniu cerca de 300 manifestantes, de acordo com a central de videomonitoramento de Vitória, e percorreu a avenida Vitória, Beira-Mar, até chegar ao Palácio Anchieta, em Vitória.

>> No dia 30 de abril, quando a greve completa 22 dias, cerca de 500 professores fizeram mais uma passeata e interditaram o trânsito em diversas vias da Capital. Com carro de som e faixas, os manifestantes passaram pela Praça do Papa, na sede da prefeitura de Vitória e terminaram a passeata no Palácio Anchieta.

>> Reuniões aconteceram na última terça-feira (6) em municípios e nesta quarta-feira (7), em nova assembleia, foi decidido que a greve continuaria por tempo indeterminado.

>> Ainda na quarta-feira (7), os professores realizaram uma manifestação que reuniu 700 pessoas e complicou vários pontos de vias importantes da Capital. A manifestação terminou na Secretaria de Estado da Educação (Sedu), na Avenida Vitória.

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