PEDRO PERMUY

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"Dançarina" e "Galopa": Pedro Sampaio: “Sonho ver funk e pop do Brasil no mundo”

DJ vive ótima fase superestourada com hit do "Doida pra sentar" e mantém forte relação com fãs capixabas e celebra carreira em entrevista exclusiva à Coluna Pedro Permuy

Pedro Permuy

Redação Folha Vitória
Foto: Beatriz Damy/AgNews

Pe-dro Sam-pa-io está, indiscutivelmente, na melhor fase da carreira. 

Depois de estourar com hits como “Galopa”, o DJ que é dos mais famosos do Brasil acaba de romper um novo recorde: chegou ao número um do Spotify do Brasil com “Dançarina”, música que viralizou nas redes com o trecho “Doida pra sentar”. A faixa faz parte do “Chama Meu Nome”, álbum recém-lançado do artista.

“Sempre me enxerguei nessa mescla de gêneros musicais. Inclusive um dos motivos de eu querer me tornar um DJ quando criança foi essa possibilidade. Que como DJ eu posso brincar de misturar os ritmos, tocar diferentes músicas. Minha paixão começou com isso. Então essa característica no álbum é apenas o que eu sempre fui, minha essência”, declara, em entrevista exclusiva à Coluna Pedro Permuy.

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Durante o bate-papo, Sampaio também celebra sua forte relação com o Espírito Santo. A primeira vez em que ele se apresentou em uma festa de réveillon, por exemplo, aconteceu no Estado.

“Eu sei que um dos primeiros lugares que viajei foi o Espírito Santo, primeiro réveillon que toquei foi o de Guarapari, então essa relação é de muito tempo”, lembra.

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Na entrevista, o DJ destaca parte do processo de produção de seu novo álbum e de que forma ele trabalha e enxerga, agora, sua posição como artista plural no País.

PP: Lançou seu novo álbum recente, o clipe de Bagunça tem movimentado a internet, Dançarina nem se fale… Está em uma boa fase da carreira…

PS: Muito obrigado, é. Eu sempre tento fazer o meu melhor possível, então cada vez mais que eu evoluo, que cresço, eu tenho mais condições de entregar melhor. Esse êxito com esses trabalhos… Fico muito feliz. É um momento muito incrível mesmo. O que eu faço eu tenho muita certeza, então eu estou sempre no meu melhor momento.

PP: Em Chama Meu Nome, seu primeiro disco, tenho lido sobre o processo criativo em que você se preocupou em inserir o Brasil no que quis imprimir para o público. Você teve mistura de vozes, de estilos… Você se enxerga nessa mescla toda?

PS: Sempre. Inclusive um dos motivos de eu querer me tornar um DJ quando criança foi essa possibilidade. Que como DJ eu posso brincar de misturar os ritmos, tocar diferentes músicas. Minha paixão começou com isso. Então essa característica no álbum é apenas o que eu sempre fui, minha essência. Quem vai ao meu show percebe isso. Eu toco eletrônica e daqui a pouco Tcha Ka Bum. E todo mundo entende o que eu estou fazendo. É o meu som.

PP: Você é muito diversificado, de fato, e particularmente acho que sua estética rende muito para o público. Agora, é um novo modelo, não acha? Essa coisa do 3D, do imaginário, da ilha mágica…?

PS: Sim, é um diferencial. Eu acho que isso tudo vem de uma prática que eu tomei consciência e adotei, que é de preservar a criança que vive dentro de mim. Eu entendi que meu processo criativo passa muito por ela. Tem vários ‘Pedros’ dentro da gente (risos). E a gente vai tendo nossas versões com cada uma dessas gavetas. E acho que é por isso que a energia das músicas é tão intensa, tão alegre.

PP: E em que projeto está se empenhando agora? E o que pode falar dele?

PS: Agora meu foco principal é a divulgação do disco. Tem muita coisa para acontecer. Eu sinto que esse álbum vai trazer muitas alegrias para mim e para a carreira. E já dá para ver o resultado em 4, 5 dias do álbum lançado. Cada vez mais o público consumindo de forma orgânica.

PP: E você tem uma relação especial com o público do Espírito Santo?

PS: Eu sei que um dos primeiros lugares que viajei foi o Espírito Santo, primeiro réveillon que toquei foi o de Guarapari, então essa relação é de muito tempo.

PP: E como foi, aliás, a apresentação que fez no verão? O que achou, no geral, nesse momento de retomada?

PS: Foi ótimo, maravilhoso.

PP: Falando em retomada, o setor do audiovisual vem ficando mais forte, de novo, desde meados do ano passado. Pelo menos de fora é isso o que eu enxergo. E eu vejo Galopa, que lançou em setembro, como um marco para você. Também tem essa impressão, da importância desse trabalho? Ou acha que o divisor de águas veio antes?

PS: Acho que dentro de uma carreira temos vários pontos importantes. Meu primeiro divisor de águas foi Sentadão, eu acho, que me botou em uma posição de uma música de destaque do Brasil. Sem dúvida nenhuma, tive vários outros divisores de água. Agora, Galopa veio para falar: ‘Olha a merda que você está fazendo’, (risos), porque a música tomou uma proporção muito grande dentro e fora do Brasil e eu fico muito feliz com essa galera toda abraçando. E tudo foi muito natural. Mais uma vez, minha identidade ganhando mais espaço e expressão.

PP: E o que Galopa representa, então, para você?

PS: Olha, durante minha carreira eu sempre acertei muito e não tenho vergonha de falar isso. Sou muito esforçado, então esse resultado de as músicas acontecerem vêm por consequência. Quando acontece isso, que é mais fora da curva ainda, é aquela sensação de que transcender. A gente entende que acertou uma música, criada como as outras, mas cada vez mais estou entendendo a cabeça do brasileiro.

PP: Também tem vontade de investir em uma carreira internacional?

PS: Tenho vontade, sim. Brasil é minha prioridade, mas se a minha música, meus álbuns, quiserem que eu saia do Brasil para alguma coisa, eu vou estar sempre pronto para fazer isso levando o Brasil junto comigo. Galopa é um sucesso em Portugal e vou fazer isso agora, tocar pela primeira vez lá, em um festival. E é uma consequência do meu trabalho, do meu esforço.

PP: E qual é o sonho que você tem hoje?

PS: Bastante coisa, cada dia um sonho diferente. Pensando no coletivo, tenho o sonho de ver o pop brasileiro, o funk brasileiro se internacionalizando e se profissionalizando ao ponto de virar um ritmo global, porque tem potencial. E nós temos artistas hoje em dia tornando isso possível. Tem Anitta, Luísa Sonza, a Pabllo… Vários artistas que fazem o funk se internacionalizar.

Foto: Beatriz Damy/AgNews

PP: E um sonho seu, pessoal… Tem?

PS: Um sonho meu… Acho que seria ser compreendido por todos. Não sei se todos me compreendem o tempo todo. No geral, mesmo. Acho que é sempre esclarecedor quando você é compreendido. 

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