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Governo avança e greve dos professores estaduais pode terminar nesta quinta-feira

 

Destino da greve será decidido em assembleia nesta quinta-feira (15) Foto: Divulgação/Sindiupes

Após uma reunião sem acordos, na última terça-feira (13), uma nova reunião que começou na manhã desta quarta-feira (14) e só terminou à tarde, teve alguns avanços entre o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Espírito Santo (Sindiupes) e Governo.

De acordo com o Sindiupes, o governo do Estado afirmou na reunião que vai aguardar a decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) para "possivelmente" conceder a reposição inflacionária nos salários, que é a reivindicação que promove uma verdadeira queda de braço entre o governo e categoria. Os professores estaduais estão em greve há um mês e a paralisação já é uma das maiores já registradas no Estado.

Outra reivindicação que já estava encaminhada, segundo a Secretaria de Estado da Educação (Sedu), é o estatuto do magistério. Caso termine a greve nesta quinta-feira (15), será formado um grupo para reformular o estatuto do magistério e outro grupo será formado para a escolha dos diretores, até agosto de 2014. Esta é a primeira vez que o governo faz propostas concretas à categoria.

“Foi uma conversa muito franca, uma continuação da conversa de ontem. Foram colocados diversos pontos. O que nós queremos afirmar é que o governo está empenhado em atender as demandas dos professores dentro da legalidade”, diz o secretário estadual de Educação, Klinger Barbosa.

Em entrevista ao jornal online Folha Vitória, no dia 16 de abril, o secretário estadual de Educação, Klinger Barbosa, afirmou que o governo poderia cortar o ponto dos professores. Na reunião desta quarta-feira (14), o governo abriu mão do corte de ponto e também da multa dada ao sindicato caso a greve seja encerrada. Com isso, os professores terão que repor todos os dias letivos em que não houve aula.

O destino da greve dos professores estaduais será decidido em uma nova assembleia que acontece nesta quinta-feira (15), onde será votada entre os professores a continuidade ou não da greve.

Greve na educação

Manifestações dos professores reuniu 1 mil em Vitória Foto: Josué de Oliveira/Whatsapp Folha Vitória

A greve dos professores estaduais começou no dia 8 de abril após uma assembleia realizada pela categoria. Entre as reivindicações, estão eleições diretas para diretores das escolas, que atualmente são feitas por indicações, a reformulação do estatuto do magistério e a reposição das perdas salariais, que é a pauta mais polêmica. Os professores dizem que o salário está defasado em dez anos. O governo afirma que já ofereceu aumento aos professores, de 4,5%, e que não pode conceder novo reajuste, devido à Lei Eleitoral, que proíbe aumento salarial para servidores públicos seis meses antes das eleições.

De lá para cá, vários protestos aconteceram. O trânsito ficou parado por diversas vezes e importantes vias da Capital ficaram completamente paradas. No último protesto, 700 professores saíram em passeata na sede do Sindicato dos Bancários, ao lado do colégio Salesiano, em Vitória, até a sede da Secretaria de Educação do Estado do Espírito Santo (Sedu).

Durante a greve estadual, foi a vez dos professores municipais cruzarem os braços. Desde meados de abril, professores de Cariacica, Vitória e Vila Velha, também entraram em greve. As reivindicações em ambos os municípios esbarram em reposição inflacionária ou reajuste salarial, além de outras demandas.

Cronologia da greve

>> Em março, a categoria entregou uma pauta de reivindicações aos deputados estaduais. Os professores exigem o cumprimento da lei do piso, carreira e jornada; investimento dos royalties de petróleo na valorização da categoria; votação imediata do Plano Nacional de Educação e a destinação de 10% do PIB para a educação pública; e contra a proposta dos governadores de reajuste do piso somente pelo índice da inflação.

>> No dia 17 março, um protesto realizado pelos professoresterminou em conflito com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), na Serra. Os docentes foram às ruas pedir mais valorização da classe. A polícia exigia que os professores ocupassem apenas uma faixa da via. Com a recusa do grupo, a polícia usou spray de pimenta e gás lacrimogêneo.

>> No dia 18 de março, mais de 5 mil professores se reuniram em frente à Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales) em uma nova manifestação. Os manifestantes atravessaram a Terceira Ponte e, em seguida, foram para o Hortomercado, em Vitória, onde se reuniram com profissionais de diversos municípios capixabas.

>> Em 8 de abril, após uma assembleia, os profissionaisdecidiram entrar em greve e pararam o trânsito. Eles se concentraram na Praça Getúlio Vargas, na Capital, e seguiram em caminhada até o Palácio Anchieta.

>> No dia 22 de abril, a categoria se reuniu com o governo do Estado para discutir as pautas de reivindicações dos professores. A reunião não chegou a nenhum acordo. O Sindiupes diz que o governo não apresentou nenhuma proposta para o fim da paralisação.

>> Na quarta-feira (23), a categoria decidiu em assembleia que a greve continua por tempo indeterminado. De acordo com a Secretaria de Estado da Educação, cerca de 70% das escolas estaduais estão sem aulas com a paralisação dos professores.

>> Em 29 de abril, os professores realizaram uma nova assembleia onde foi decidido que a greve continua por tempo indeterminado e um novo protesto aconteceu. A manifestação reuniu cerca de 300 manifestantes, de acordo com a central de videomonitoramento de Vitória, e percorreu a avenida Vitória, Beira-Mar, até chegar ao Palácio Anchieta, em Vitória.

>> No dia 30 de abril, quando a greve completa 22 dias, cerca de 500 professores fizeram mais uma passeata e interditaram o trânsito em diversas vias da Capital. Com carro de som e faixas, os manifestantes passaram pela Praça do Papa, na sede da prefeitura de Vitória e terminaram a passeata no Palácio Anchieta.

>> Reuniões aconteceram na última terça-feira (6) em municípios e nesta quarta-feira (7), em nova assembleia, foi decidido que a greve continuaria por tempo indeterminado.

>> Ainda na quarta-feira (7), os professores realizaram uma manifestação que reuniu 700 pessoas e complicou vários pontos de vias importantes da Capital. A manifestação terminou na Secretaria de Estado da Educação (Sedu), na Avenida Vitória.

>> No dia 13 de maio, uma nova reunião entre o governo e categoria aconteceu durante toda a tarde. A reunião não teve avanços e no dia 14, outra reunião, mediada pelo Ministério Público Estadual (MPE), terminou com propostas oferecidas pelo governo à categoria que analisará em assembleia no dia 15 de maio.

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