ESPECIAL MENTE E CORPO

Saúde

Especial Mente e Corpo: Como as atividades físicas e a boa alimentação ajudam na saúde do coração

Em um cenário onde cerca de mil pessoas morrem todos os dias por doenças cardiovasculares, os exercícios físicos e a boa alimentação são fundamentais

Thaiz Blunck

Redação Folha Vitória
Foto: Pixabay

Ele é conhecido como 'motor', o 'músculo bombeador', é quem trabalha autonomamente, bombeia o sangue para garantir o bom funcionamento do corpo humano, bate cerca de 860 mil vezes por dia e, se der defeito, causa um problema e tanto. Quando dizem que o coração é o órgão mais importante, não é mentira ou exagero. E é justamente por isso que exige atenção e muito cuidado, principalmente quando se tem números tão alarmantes. 

Diferente dos indicadores de expectativa de vida dos brasileiros, que crescem gradativamente e caminham para um bom índice no futuro, os dados de doenças cardiovasculares assustam e não apresentam resultados tão favoráveis. Por dia, são mais de mil mortes. Por hora, aproximadamente 43. E a cada um minuto e meio, uma vítima. Se não bastasse isso, o número de casos cresceu em mais de 70 mil em 10 anos, passando de 308.466 em 2007 para 383,961 em 2017.

A resposta para um aumento tão considerável é fácil e está bem à nossa volta. Basta parar e observar o estilo de vida que as pessoas estão levando, suas escolhas e preferências, que interferem diretamente na saúde. O médico cardiologista da Medsênior, Luiz Henrique Paiva, explica que a vida contemporânea é cheia de ‘armadilhas’ que parecem ajudar, mas no fim das contas acabando favorecendo o surgimento de doenças.

Foto: arquivo pessoal
“O estilo de vida, hoje, é o que mais influencia no surgimento de doenças. Com o aumento de tecnologia e a facilidade de acesso a tudo, as pessoas se acomodaram. Agora, ao invés de irem caminhando até um determinado lugar, por exemplo, preferem pegar o carro. Assim como optam pelo elevador no lugar das escadas. A alimentação também é muito ruim, com muito sal, gordura e nada saudável. Então tudo isso interfere diretamente na saúde e favorece o aumento de problemas cardiovasculares”, explica.

No total, o número de óbitos relacionados às doenças do coração é duas vezes maior do que as mortes causadas pelo câncer, considerando todos os tipos. Também representa 2,5 vezes mais do que mortes por causas externas, incluindo acidentes e violências. É três vezes maior do que as doenças respiratórias e 6,5 vezes maior do que mortes causadas por todas as infecções, incluindo a AIDS.

A incidência de casos, no entanto, pode ser reduzida e as doenças prevenidas com mudanças de hábito no dia-a-dia. E não é preciso muito! O primeiro passo é alinhar uma boa alimentação com a prática regular de exercícios físicos. Mas, antes de tudo, é fundamental passar por um cardiologista. 

"A atividade física é uma das melhores formas de prevenção. Lembrando que é sempre importante, antes do início da atividade física, realizar uma consulta com o cardiologista. Qualquer tipo de doença cardiovascular que não esteja devidamente controlada, contraindica o início das atividades. No entanto, elas também são indicadas para pessoas que tenham ou já tiveram alguma doença cardiovascular, mas o problema deve estar estabilizado, controlado e devidamente medicada", afirma o médico.

Cardiologista Medsênior destaca os benefícios da atividade física. Ouça!

O profissional de educação física, Rogério Peres Júnior, reforça a necessidade de passar por um médico antes de começar as atividades. Ele explica que todo o treino, desde os exercícios mais recomendados à intensidade, é feito com base no resultado dos exames médicos. 

"Um dos benefícios da prática de atividades físicas é o aumento da resistência muscular, a diminuição do colesterol e também a melhora da frequência cardíaca. Nesse caso, geralmente, nós utilizamos os exercício aeróbicos, que são pedaladas, corridas e caminhadas, e os anaeróbicos, que são exercícios de força e alta intensidade. É muito importante passar por um cardiologista antes de começar qualquer atividade. Nós pedimos sempre um laudo médico liberando a prática esportiva e, a partir disso, conseguimos ver onde a pessoa se encaixa, qual o melhor tipo de exercício e se a atividade deve ser leve, moderada ou intensa”, explica.  

SEDENTARISMO PREOCUPANTE
Mesmo com os inúmeros benefícios da prática de atividades físicas já comprovados por especialistas, muitos ainda precisam 'se mexer' e deixar a inatividade de lado. De acordo com um estudo publicado pela OMS em setembro do ano passado, com dados de 2016, 47% dos brasileiros adultos não realizam atividades físicas como deveriam. 

A pesquisa foi baseada em dados de quase 2 milhões de pessoas em 168 países e entre os países com piores taxa de comportamento físico inadequado, o Brasil ficou com a 5ª posição. A organização destaca que as atividades físicas insuficientes são casos de pessoas que dedicam menos de 150 minutos semanais aos exercícios de moderada intensidade ou menos de 75 minutos às atividades intensas. 

IMPORTÂNCIA DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL
Se as atividades físicas são importantes, a alimentação também é fundamental, tanto na prevenção, quanto no tratamento de doenças cardiovasculares. A nutricionista do Hospital Royal Care, Ana Cecília Ferreira Mendes, destaca a importante prática de 'descascar mais e desembalar menos' para ter uma alimentação mais saudável. 

"O ideal para evitar as doenças cardiovasculares é manter uma alimentação saudável e equilibrada. Quanto mais natural, melhor! Para isso, a gente tem que descascar mais e desembalar menos. Temos que ter uma alimentação mais rica em alimentos naturais, evitando os industrializados por serem ricos em gorduras saturadas, ricos em sal, açúcar e aditivos alimentares, diferente dos naturais, que vão fornecer os nutrientes para manter o nosso corpo saudável", destaca.


CINCO PASSOS PRIMORDIAIS PARA CUIDAR BEM DO CORAÇÃO

Foto: Pixabay


01 -
Praticar atividades físicas regularmente 

02 - Deixar o tabagismo de lado

03- Reduzir ao máximo o consumo de bebidas alcoólicas

04- Se alimentar de maneira saudável

05 - Realizar consultas com um cardiologista




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